Marcelo compra livro sobre Biden e antevê reencontro com Trump
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Marcelo compra livro sobre Biden e antevê reencontro com Trump

Será a primeira vez que o Presidente da República irá encontrar o homólogo norte-americano depois de o ter considerado um "ativo soviético"
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Marcelo Rebelo de Sousa comprou este domingo (21 de setembro) em Nova Iorque um livro sobre "o declínio" de Joe Biden e anteviu o reencontro com Donald Trump, com quem considerou ter criado "uma boa empatia" no primeiro mandato do Presidente norte-americano.

O Presidente da República falou aos jornalistas à saída da livraria Barnes & Noble, onde comprou o livro "Pecado original: O declínio do Presidente Biden, o seu encobrimento e a escolha desastrosa de se recandidatar", escrito pelos jornalistas Jake Tapper e Alex Thompson, na versão original, em inglês.

Marcelo Rebelo de Sousa irá estar com Donald Trump na terça-feira ao fim do dia, na habitual receção oferecida pelo Presidente dos Estados Unidos da América aos chefes de delegação presentes em Nova Iorque para a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

Interrogado sobre o que espera desse breve reencontro, respondeu: "Se eu conheço bem o Presidente Trump, e eu o conheço-o bem, porque criou-se uma boa empatia no primeiro mandato, ele é uma pessoa muito extrovertida e muito divertida". "Tem de se ver como é que o Presidente está", declarou.

"Mas ele é muito como é. A sensação que eu tenho, recordando como o conheci, e estive várias vezes no mandato anterior, é o mesmo estilo, a mesma maneira de ser", acrescentou.

O chefe de Estado recordou que esteve com Trump no funeral do Papa Francisco, em abril deste ano: "Eu fiquei atrás dele sentado, ele ficou na primeira fila, eu fiquei na segunda fila".

"Cumprimentámo-nos, e ele na altura estava surpreendido por eu ainda estar na política", contou, adiantando ter explicado que quando se conheceram estava no início do primeiro mandato e agora está no fim do segundo mandato de cinco anos.

"Ele normalmente é uma pessoa extrovertida e muito disposta", reiterou.

Marcelo Rebelo de Sousa fará na terça-feira a sua sexta e última intervenção em representação de Portugal no debate anual entre chefes de Estado e de Governo dos 193 Estados-membros da ONU, em que também participou em 2016, 2018, 2019, 2021 e 2023.

"O Presidente [norte-americano] dá no primeiro dia de trabalhos uma receção, e portanto eu já tive a oportunidade de estar com três presidentes: no último ano de Obama, depois várias vezes com o Presidente Trump, e também com o Presidente Biden", salientou. 

O chefe de Estado referiu que essas receções aconteceram "em sítios diferentes, uns faziam num hotel, o Presidente Biden num museu", envolvem "esperas em fila indiana" e o tempo do Presidente dos Estados Unidos da América com cada convidado costuma ser "muito rápido".

"Normalmente é rápido. Tira-se a fotografia, antes da fotografia, depois da fotografia, ele levanta um tema, ou levanta-se um tema", descreveu.

No entanto, algumas vezes, por ser "o último a chegar, ou dos últimos a chegar", teve mais tempo de conversa, por exemplo, com Barack Obama, em 2016: "Foi uma vantagem, porque ele tinha um fotógrafo açoriano e tinha um cão português. E, como fui o último, estivemos a falar".

Marcelo Rebelo de Sousa lembrou também um episódio numa das receções oferecidas por Trump: "Fui o último, ou penúltimo, uma das vezes, com o Presidente da Ucrânia, Poroshenko, e com o ministro Lavrov, russo – que não se falavam. E, portanto, ficámos os três ali, e acabei de ser eu a ter conversa com os dois".

"Às vezes, dá para falar, curto, de temas políticos. Lembro-me que, uma vez, com o Presidente Trump, os democratas tinham introduzido o 'impeachment', e ele – já nos conhecíamos, já tinha tido um encontro na Casa Branca – quis saber a minha opinião sobre isso", relatou.

O chefe de Estado alertou desde o início para a possibilidade de a nova administração norte-americana se aproximar da Rússia e se afastar da Europa.

No fim de agosto, à conversa com jovens, considerou que Trump tem funcionado objetivamente como "um ativo soviético, ou russo", favorecendo a Federação Russa na guerra contra a Ucrânia.

* jornalista da Agência Lusa

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Trump é um “ativo soviético” segundo o professor Marcelo

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