Luís Montenegro entregou esta segunda-feira, no Tribunal de Aveiro, a lista com os candidatos a deputados da AD.
Luís Montenegro entregou esta segunda-feira, no Tribunal de Aveiro, a lista com os candidatos a deputados da AD.Foto: PAULO NOVAIS/LUSA

Luís Montenegro afasta alianças com PS ou Chega

O primeiro-ministro reitera que só vai governar, com a AD, se ganhar as eleições, mas não rejeita pactos setoriais com PS.
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Luís Montenegro voltou esta segunda-feira a garantir o ‘não é não’ ao Chega e estendeu esta ideia ao PS, afastando uma governação em bloco central. No dia em que o líder do PSD entregou as listas dos candidatos a deputados pela coligação que os sociais-democratas voltam a manter com o CDS, o também primeiro-ministro, em alusão ao acordo pós-eleitoral, em 2015, entre PS, PCP e BE, assegurou que a AD quer “ter a maioria dos votos dos eleitores”, mas não à custa de “nenhum acerto, nenhum esquema” que possa surgir “nas costas dos portugueses”.

“A nossa proposta passa por, com essa legitimação [se ganhar as eleições legislativas], não ter nenhuma solução de governo com o PS - acho que isso se percebe, até porque as nossas propostas são, de facto, alternativas. Não há aqui nenhuma ideia de bloco central, de aproximação, nem o país precisa, nem é bom para o país, nem nós temos, de facto, propostas que sejam convergentes”, afirmou Montenegro, assegurando, porém, que esta garantia não exclui que a AD possa ter, setorialmente, “um ou outro entendimento que é bom para o país”.

Em relação ao Chega, o líder social-democrata estabeleceu outras linhas vermelhas, acusando o partido liderado por André Ventura de não ter “nem postura, nem maturidade para assumir essa responsabilidade”.

No Tribunal de Aveiro, onde entregou a lista de candidatos a deputados, o líder do PSD assumiu como objetivo ter “a legitimação do voto popular” para poder executar o programa da coligação exclusivamente com o CDS.

“Nós queremos governar tendo mais votos que os outros”, estabeleceu Montenegro como objetivo, sem, no entanto, falar em maioria absoluta.

Horas depois, também no Tribunal de Aveiro, o líder do PS, Pedro Nuno Santos, aproveitou o mesmo processo de submissão formal da lista de candidatos a deputados para responder às acusações que Montenegro lhe dirigira dois dias antes, quando apresentou o programa eleitoral socialista.

“Ainda bem que se pode perceber com os programas quais as prioridades dos partidos”, disse, acusando a AD de só trazer respostas “a meia dúzia de portugueses”.

Depois de afirmar que “quem tem dificuldades são as famílias” e de lembrar que nos dois últimos anos as empresas tiveram lucros recorde, o líder socialista defendeu que o país precisa de aproveitar a “margem que o Estado português tem para diminuir o custo de vida das famílias e aumentar o rendimento disponível. É a nossa prioridade e temos muito orgulho em colocar em primeiro lugar as pessoas e as famílias”.

Como resposta às críticas sociais-democratas dos dois últimos dias, de que o programa do PS era uma “receita para o desastre”, Pedro Nuno Santos ironizou: “Depois de ouvirmos as reações dos outros partidos, ficámos todos com a convicção clara que o nosso programa é muito bom.”

Com Lusa

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