Decorrem com sucesso as negociações entre PS, Livre, PAN e Bloco de Esquerda para a adoção de uma candidatura conjunta a Lisboa. Sabe o DN que o acordo entre as quatro forças partidárias está próximo e que o nome de Alexandra Leitão ganha espaço para o consenso na tentativa de derrotar Carlos Moedas e inviabilizar a reeleição do presidente da autarquia, devidamente apoiado pelo PSD, Iniciativa Liberal e CDS-PP.O DN chegou ao contacto com fontes próximas dos quatro partidos políticos e todos confirmam o avançar das negociações. Caberá, ao que o nosso jornal pôde apurar, ao Partido Socialista o anúncio do acordo entre as estruturas, o que pode decorrer nos próximos dias. Os socialistas foram convocados hoje para uma Comissão Política da Concelhia de Lisboa, com caráter de urgência, estando previsto, na ordem dos trabalhos, a apresentação e votação da proposta do acordo autárquico aos órgãos municipais e o posterior processo de designação dos cabeças de lista e a composição das mesmas. O princípio de acordo está encaminhado e a confirmação da aliança de Moedas com centristas e liberais só deu mais força à solução. Alexandra Leitão foi escolhida por Pedro Nuno Santos no final do ano de 2024 e começou os primeiros encontros informais em janeiro. José Luís Carneiro tem a informação de que um acordo à esquerda, incluindo o PAN na variável, está próximo e ciente desse mesmo avanço deu sempre apoio a Leitão para a tentativa da reconquista da capital pelos socialistas.Nas reuniões que Leitão tem mantido com representantes de Livre, Bloco e PAN foi repetida a ideia de respeito pelo pluralismo democrático e a posição pública da ex-líder parlamentar contra o apressar das políticas de controlo da imigração levadas a cabo por PSD e Chega. O rebate à ideia de aculturação tem sido preponderante para que gere apoios para uma coligação, além da preocupação da esquerda quanto à liberalização do município face ao acordo da IL com o PSD. Alexandra Leitão enfrentou concorrência e críticas internas por várias fações do Partido Socialista e foi decisivo munir-se de apoiantes de outros quadrantes para poder ir a eleições pelo PS. Sabe o DN que foram precisas três Comissões Políticas para que os dirigentes do PS aprovassem o o acordo com Livre, PAN e Bloco.Há três semanas, Rui Tavares enfatizou a disponibilidade para uma parceria com o Partido Socialista. O fundador do Livre foi o primeiro, em janeiro, a mencionar a intenção de uma “convergência à esquerda”. Como o DN noticiou na edição de ontem, Carlos Teixeira, biólogo, foi o mais votado entre os representantes do partido e neste caso o primeiro vereador do partido a ser eleito. O Livre tem procurado a união e, como força mais votada depois do PS nesta coligação, terá papel de destaque em caso de eleição.O Bloco de Esquerda nomeou em janeiro Carolina Serrão como candidata às Autárquicas2025, antes do sufrágio para as Legislativas que deixou o grupo parlamentar reduzido a Mariana Mortágua. Como tal, a abertura para negociar um acordo de esquerda com o PS aumentou, na tentativa de evitar o dissipar de votos nesse mesmo quadrante. O PAN tem feito acordos para diversos municípios, analisando se as políticas de cada candidato representam a missão do partido, nomeadamente a causa animal. PCP à margemAinda em janeiro, Alexandra Leitão procurou sensibilizar o PCP das suas intenções para a capital, reforçando a importância de uma união à esquerda para derrotar Moedas. O Partido Comunista Português mantém-se fiel à convicção de que é com um representante próprio que poderá alcançar um cargo de vereador e os resultados eleitorais têm reforçado essa tendências. No caso, João Ferreira, biólogo de formação e natural da freguesia de São Domingos de Benfica, é vereador desde 2014 na capital. A estratégia tem sido seguida ao longo da história, dada a representatividade comunista nas autarquias espalhadas por Portugal, e nunca esteve em equação para o Comité Central uma possibilidade de coligação. Atesta essa mesma consideração o posicionamento como terceira força política mais votada nas Autárquicas2021.No Chega, André Ventura anunciou em junho que seria Bruno Mascarenhas, eleito deputado municipal para Lisboa em 2021, a encabeçar a lista do quarto partido mais votado nas Autárquicas2021, com 19 vereadores eleitos..Moedas diz que Lisboa vai ter de escolher entre moderados e radicais