Carlos Moedas foi nomeado pela Comissão Europeia para um conselho consultivo dedicado à habitação na Europa, que iniciou funções no final de junho. O órgão pretendia definir a estratégia para responder à crise habitacional. O autarca assumiu a vice-presidência do novo conselho consultivo, denominado House Advisory Board, e a Câmara Municipal de Lisboa, em comunicado aquando do anúncio, afirmou que Moedas seria o “único presidente de câmara a integrar” o grupo criado pela Comissão Europeia. Apesar do grau de relevo que Moedas tem neste processo, o presidente da autarquia compareceu a duas das sete reuniões. Nas atas do House Advisory Board a que o DN teve acesso, são detalhadas as presenças de cada um dos 15 membros. Moedas, a 30 de junho, na reunião inaugural esteve na ação, mas só voltou a marcar presença no penúltimo encontro. A 3 de setembro, alegou que, inesperadamente, não poderia participar, nomeando Lourenço Jardim, consultor estratégico empresarial e de inovação na câmara para o substituir. A ausência deveu-se ao acidente do Elevador da Glória que vitimou 16 pessoas. A 25 de setembro e 24 de outubro, marcaram presença 14 membros e Moedas desculpou-se pela ausência. Uma semana depois, 13 estiveram presentes, Moedas voltou a lamentar a impossibilidade de marcar presença. “Algumas dessas reuniões aconteceram num momento muito delicado e exigente da vida da cidade, no início de setembro, e também os compromissos para as eleições autárquicas”, refere em nota oficial Carlos Moedas enviada ao DN depois de questionado sobre as ausências.Na penúltima reunião, a ata de 7 de novembro detalha que “Carlos Moedas esteve brevemente online”, notando a sua segunda participação no órgão. Por fim, a sétima reunião presidida por Eamon Ryan, antigo ministro dos Transportes da República da Irlanda, também não teve a presença do vice-presidente para o conselho consultivo, Carlos Moedas, que tomou posse como reeleito a 11 de novembro, já depois de um longo hiato para a homologação dos resultados eleitorais de 12 de outubro. “As presenças foram as possíveis, tendo em conta a agenda de um presidente de uma cidade como Lisboa. Tal não significou ausência de empenho ou participação ativa, com contributos nas múltiplas discussões sobre o tema”, acrescenta ao DN em nota oficial.Na altura da definição do grupo, Moedas destacou o orgulho por Lisboa “ser a única cidade representada neste órgão” e “o reconhecimento”, enumerando as “2600 casas que entregou e o apoio na renda a 1230 famílias.”Esse conselho consultivo da Comissão Europeia publicou os primeiros relatórios já este mês. Alguns dessas conclusões vincam que os estados-membro da União Europeia devem implementar medidas de controlo de rendas e limitar os registos de alojamento local em zonas de maior pressão habitacional. Recorde-se que a 27 de novembro, Moedas viu aprovado o novo regulamento para o Alojamento Local em que as áreas de contenção absoluta reduziram de 20% para 10% e em contenção relativa de 10% para 5%. Ainda assim, estes números duplicam os que estiveram em consulta pública subscrita pela anterior liderança PSD/CDS-PP, o que levaram à crítica generalizada da esquerda, que pedia rácios mais restritivos.Luís Alves pode integrar Gebalis e agrada ao ChegaÀ margem desta questão, continuam a existir definições nas empresas municipais. Depois, de Mafalda Guerra, do Chega, ser nomeada vogal do Conselho de Administração dos Serviços Sociais, o DN sabe que Luís Alves é nome equacionado para a nova administração da Gebalis, ainda que sem confirmação de que a possa liderar. O número três do Chega a Lisboa, diretor de campanha em Lisboa, é elogiado por Bruno Mascarenhas. “Temos propostas concretas para a cidade e a Gebalis tem inúmeras dificuldades, há problemas muito grandes na manutenção na habitação social. Agrada-nos poder contribuir e Luís Alves é um alto quadro. Ficaria satisfeito pela cidade”, destaca o vereador municipal, sem confirmar a nomeação, mas valorizando o passado de Alves como “CEO da empresa Teixeira Duarte na América Latina”. De acordo com a revista Sábado, no passado mês de novembro, Luís Alves confrontou-se com guerras legais para comprovar inocência após investigações a litígios por alegadas dívidas na compra de imóveis. O nome não é confirmado por Moedas ainda.Hoje, volta a existir reunião na câmara municipal e o plano fiscal vai a votos, com o Chega, via Bruno Mascarenhas, a dizer ao DN que proporá “alterações” por “não acompanhar totalmente o pensamento da câmara”, embora manifestando abertura a negociar, até por concordar “com a devolução do IRS.” .Alojamento Local. Chega viabiliza proposta de Carlos Moedas e rácios em Lisboa passam a estar nos 5% e 10%.Moedas diz que proposta de PPP para habitação acessível em Lisboa limita rendas a 30% do rendimento.Carlos Moedas entrega Carris a ex-vereador eleito pela CDU, Rui Pedro Lopo