Na primeira reunião do novo Executivo de Lisboa, Carlos Moedas saiu com poderes reforçados. A delegação prevista na lei e comum no início de cada mandato permite que o presidente possa decidir sobre matérias do dia a dia, sem necessidade de levar cada processo a reunião de executivo. As áreas abrangidas vão das Finanças ao Urbanismo, passando pela Contratação Pública, Transportes, Ação Social, Educação, Proteção Civil e Gestão do Património Municipal. Apesar de não ter maioria absoluta, tendo oito de 17 vereadores, o Chega, que não faz parte da coligação Por Ti, Lisboa associou-se a Moedas para votar favoravelmente. Assim, o edil não terá de dar justificações sobre concursos públicos ou licenciamentos de construção, por exemplo, o que gera enorme crítica da oposição.“Acelerar e desburocratizar”, defende o edil em nova enviada às redações. O Chega justificou ao DN o voto ao lado da coligação. “Não estamos a fazer nada que a esquerda não tenha já feito. Vamos fiscalizar, mas queremos que haja uma simplificação e rapidez nos processos e decisões”, avança Bruno Mascarenhas. O PS não apresentou proposta de alteração, mas votou favoravelmente à proposta do PCP. “Como fiscalizará o Chega se não as propostas nem sequer vão à Câmara? Não há qualquer figura de supervisão”, questiona Alexandra Leitão ao DN. João Ferreira contesta a obtenção de poderes na figura do presidente ou sequer que nos "tempos de maioria absoluta do PS" se tenha visto tal coisa. “Não há nenhuma delegação de competências em Lisboa como esta. A oposição na Câmara luta para melhorar propostas, como foi o caso dos transportes e refeições escolares. Esta concentração inaudita de poderes retira poder de escrutínio, transparência e democraticidade. É um desrespeito pelos eleitores, que não deram maioria absoluta à coligação do PSD-IL-CDS-PP", afirma o comunista..Chega sugere que Iniciativa Liberal bloqueou entrada no executivo de Carlos Moedas.Quem deu, afinal de contas, a maioria a Carlos Moedas?