Para as legislativas de 2024 Montenegro debateu com Rui Tavares, do Livre. Agora pode não se repetir.
Para as legislativas de 2024 Montenegro debateu com Rui Tavares, do Livre. Agora pode não se repetir.Foto: Leonel de Castro / Global Imagens

Legislativas. Partidos rejeitam debater com Nuno Melo e querem Montenegro

Líder do PSD quer que líder do CDS esteja frente-a-frente com BE, Livre e PAN. Partidos recusam e acusam-no de ter “medo”.
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A sugestão foi deixada por Luís Montenegro, líder do PSD: Nuno Melo, presidente do CDS, debateria com Bloco de Esquerda, Livre e PAN; ao primeiro-ministro estariam destinados os debates das legislativas com PS, Chega e PCP. Mas os partidos rejeitam este modelo, pedindo que sejam feitos com o próprio Luís Montenegro. O argumento do primeiro-ministro é que, ao contrário do que aconteceu há um ano, o CDS tem agora representação parlamentar e, por isso, deve estar nos debates.

Em declarações na sede do partido, Mariana Mortágua, líder do BE, recusou estes moldes de debate eleitoral, acusando Luís Montenegro de ter medo e de escolher de forma seletiva os adversários. “A democracia não funciona assim”, disse a coordenadora do BE, argumentando que “não há qualquer razão” para Luís Montenegro não debater com a líder do BE. “José Sócrates não fez isto, Pedro Passos Coelho não fez isto, António Costa não fez isto”, exemplificou, dizendo que Luís Montenegro “tem medo de um debate”, acha que “é incómodo”, mas que isso “não lhe dá o direito” de não debater. Ainda assim, a coordenadora do BE não recusa o frente-a-frente com Nuno Melo, mas deixou no ar o pedido para debater, também, com Luís Montenegro.

Já André Ventura, do Chega (que, se o modelo for aceite, irá estar frente-a-frente com Luís Montenegro), acusou o primeiro-ministro de “cobardia política” e do “receio que tem em enfrentar estas eleições”. “É importante que todos participem e que sejam tratados de acordo com a representatividade que têm”, escreveu numa publicação na rede social X.

Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS, lamentou a ideia do primeiro-ministro, classificando-a como “inaceitável”. “Fugir ao debate revela medo e um padrão preocupante num candidato a primeiro-ministro”, argumentou o líder socialista numa publicação no X. Em resposta, na mesma rede social, o primeiro-ministro disse não fugir “a nenhum debate”. No entanto, “a democracia deve respeitar que numa coligação possam intervir todos os parceiros com representação parlamentar”, disse, garantindo: “A campanha eleitoral não acabará sem me cruzar em debate com todos.”

Por sua vez, Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP, relembrou que a ideia não é nova e que, há um ano, Montenegro também tinha recusado participar em debate com os comunistas. “Depois não foi isso que aconteceu, como sabem. Teve de enrolar a corda e debatemos”, recordou. “Sinceramente, não estou a ver razões de fundo que façam alterar o critério de há um ano atrás”, disse o líder comunista durante uma visita à Futurália, em Lisboa.

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