José Luís Carneiro avisa Governo que o PS votará contra a lei da imigração que foi apresentada na AR
O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, avisou esta terça-feira, 1 de julho, que alterações às leis da imigração propostas pelo Governo não terão o voto a favor dos socialistas se ficarem na versão apresentada no parlamento.
“Sobre a legislação que o Governo apresentou à Assembleia da República, aquilo que nós dizemos é que, consoante ela está hoje, ela não tem condições para ter o voto favorável do Partido Socialista. É preciso que o Governo abra a possibilidade de poder haver uma discussão sobre as matérias que estão em apreço”, defendeu o novo líder socialista após uma audiência com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no palácio de Belém.
Segundo o secretário-geral do PS, “há matérias mais sensíveis, há matérias menos sensíveis” e os socialistas consideram que “é possível aperfeiçoar determinadas matérias” nos diplomas do executivo sobre nacionalidade e estrangeiros, para regular a imigração, que vão a debate no parlamento na sexta-feira.
“Agora há dimensões da legislação em curso que naturalmente não podem contar com o voto favorável do Partido Socialista”, disse José Luís Carneiro.
Carneiro pede audiência a Montenegro e afirma disponibilidade para "servir o país"
José Luís Carneiro anunciou entretanto que vai pedir uma audiência ao primeiro-ministro depois de reuniões que pretende ter com o presidente do Parlamento e dos tribunais superiores, manifestando disponibilidade para "servir o país".
“Sobre esta reunião que tive hoje com o senhor Presidente da República, trata-se de um diálogo institucional que pretendo realizar com outros órgãos de soberania, nomeadamente com o senhor presidente da Assembleia da República e também com os tribunais superiores”, afirmou.
José Luís Carneiro adiantou ainda que depois pretende propor uma audiência ao primeiro-ministro, Luís Montenegro.
“Este diálogo foi muito importante para poder mostrar a disponibilidade do Partido Socialista para servir o nosso país. Desde logo e em primeiro lugar naquelas que são funções estratégicas do Estado, no que tem a ver com as nossas responsabilidades europeias e as nossas responsabilidades atlânticas”, apontou.
Carneiro disse ter transmitido a Marcelo Rebelo de Sousa a disponibilidade do PS “para contribuir para o aperfeiçoamento do sistema de segurança interna e do sistema de justiça” e para também se “estabelecer um diálogo tendo em vista qualificar a vida democrática”.
“Pude também transmitir aquelas que são prioridades vitais para o nosso desenvolvimento coletivo, a necessidade que há em responder a questões concretas da vida das pessoas, estou a falar nomeadamente das questões que têm a ver com o crescimento da nossa economia e a possibilidade de nós contribuirmos para a melhoria dos salários e dos rendimentos das famílias, com a habitação e também com a saúde”, referiu.
O novo secretário-geral do PS disse ainda que quer contribuir para que o reforço das capacidades europeias em termos de defesa possa ajudar ao desenvolvimento da economia nacional.
“Estou a referir-me à criação de um plano estratégico nacional que valorize a dimensão industrial militar, mobilizando as capacidades do Estado, do nosso sistema científico nacional, das pequenas e médias empresas, tendo em vista garantir que o investimento em defesa não coloca em causa funções sociais e funções de coesão territorial e de coesão económica”, apontou.