Nuno Melo defendeu esta segunda-feira, 6 de outubro, que os ativistas da flotilha humanitária por Gaza "já fizeram o seu número" e devem agora dedicar-se à campanha para as autárquicas.Após a chegada a Portugal dos postugueses que participaram na flotilha Global Sumud e que estiveram detidos em Israel, entre os quais Mariana Mortágua, coordenadora e deputada única do Bloco de Esquerda, o presidente do CDS considerou que estes "não fizeram nada do ponto de vista humanitário". "Não vou dar mais para esse peditório. Os ativistas já fizeram o seu número, já pararam em Ibiza, já pararam na Tunísia, chegaram a Israel, passados dois dias foram devolvidos a casa. Já fizeram a sua coisa panfletária. Não resolveram nada do ponto de vista humanitário", afirmou Nuno Melo durante uma visita à feira quinzenal de Ponte de Lima numa ação de campanha para as eleições autárquicas."Estou focado nas autárquicas locais, no que interessa às pessoas. Conquistar mandatos e, a colocar o CDS-PP ao serviço do povo português. É isso que estamos a fazer todos os dias. De resto não temos de contribuir mais para as campanhas panfletárias do Bloco de Esquerda. Há muito quem o faça, eu não vou fazer mais", afirmou Nuno Melo.Também André Ventura, presidente do Chega, numa ação de campanha na Moita, criticou novamente a flotilha Golbal Sumud, que considerou "uma palhaçada feita por quem não deve ter muito que fazer". “Eu acredito que em Gaza haja insegurança, que em Gaza haja falta de alimentos, que em Gaza haja pessoas que estão a passar mal. Mas é que aqui em Setúbal também, aqui na Moita também, em Lisboa também, em Sintra também, no Porto também, no Algarve também, no Alentejo também. A Mariana Mortágua é deputada da nação, não é deputada palestiniana”, defendeu, salientando que "quem paga o salário a Mariana Mortágua não são os habitantes de Gaza"."Estamos a falar de pessoas que foram meter-se numa zona de guerra por sua própria vontade, que em vez de estarem cá a ajudar os portugueses foram ajudar um povo que está a milhares de quilómetros daqui, que não tem consigo nenhuma ligação... Quando o país está a passar pelas dificuldades que está viraram-lhe as costas, quando sabiam que iam arranjar problemas, porque sabiam, foram para o meio de uma zona de guerra, vieram pedir ajuda ao estado português, aos militares portugueses e aos diplomatas portugueses", disse Ventura, reafirmando que "foi uma palhaçada, um disparate de alguém que virou as costas à luta, virou as costas a um país e se juntou a um conjunto de radicais". .Montenegro garante que Governo fez tudo para repatriar ativistasEm Vieira do Minho, também em campanha, o líder do PSD e primeiro-ministro, foi questionado sobre as expressões utilizadas pelo líder do Chega e do CDS-PP para classificar a receção no aeroporto dos ativistas, tendo recusado entrar nesse tipo de considerações. "Nós, na democracia, temos de respeitar as opiniões de todos. É consabido que, da minha parte, com a líder do Bloco de Esquerda, a Mariana Mortágua, há muitas divergências, mas isso não significa que nós não tenhamos as nossas responsabilidades e não tenhamos que acompanhar os portugueses, sejam eles quem forem, respeitando a manifestação da sua opinião, da sua expressão, e sobretudo dando-lhe o tratamento que é devido a qualquer compatriota", disse Luís Montenegro, defendendo ser que todos se "saibam respeitar uns aos outros e que não haja extremismo na forma como se expõem as ideias e as opiniões".Dizendo que não gostou de ver a estação do Rossio, em Lisboa, "ser invadida" numa manifestação no sábado, Montenegro garantiu que o Governo fez tudo aquilo que estava ao seu alcance, para que os portugueses pudessem ser repatriados o mais rápido possível, num "clima de normalidade e tranquilidade". "E creio que foi isso que aconteceu", disse.Na tradicional arruada na Rua de santa Catarina, no Porto, o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo saudou a chegada dos portugueses que integraram a flotilha, considerando que é necessário que a mobilização da sociedade portuguesa continue."Há três aspetos fundamentais que são precisos resolver de imediato: o cessar-fogo e o fim do genocídio, o reconhecimento dos direitos nacionais do povo da Palestina e a entrada imediata de ajuda humanitária", disse, defendendo que o Governo português tem "de fazer tudo para que isso se conquiste e não andar enrolado atrás das agendas dos outros que não são as agendas do povo português".