O argumento que explica a decisão assenta no facto de os projetos apresentadas, e que amanhã vão a debate na Assembleia da República, apenas se relacionarem com alterações de prazo.Não estando em causa questões que já foram alvo de referendo ou outras que poderiam ser consideradas de “fundo”, a indicação aponta a sugestão de chumbar todas as propostas.O debate desta sexta-feira, dia 10, foi agendado pelo PS que pretende alargar das atuais 10 para 12 semanas o prazo para a Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG) por opção da mulher e garantir que a objeção de consciência não coloca em causa o acesso ao aborto.O BE propõe o alargamento do prazo, das atuais 10 para 14 semanas, para uma mulher realizar uma IVG por sua opção e elimina o período de reflexão.O PCP também decidiu avançar com um projeto de lei, em que defende o alargamento do prazo de acesso ao aborto para as 12 semanas, contra as 10 atuais.Além do PCP e PS, também Bloco de Esquerda, Livre e PAN avançaram com projetos de lei sobre o aborto. BE e Livre defendem o alargamento do prazo para as 14 semanas.CDS e Chega também levam a debate propostas, mas sem qualquer alargamento de prazos. .Assembleia da República trava envio de mails pró-vida para deputados. As propostas em sínteseCDSO projeto de lei dos centristas visa densificar o acesso a informação relevante das grávidas “para a formação de uma decisão livre, consciente e responsável”, bem como reforçar o regime do exercício do direito individual de objeção de consciência dos médicos e restantes profissionais de saúde, em “total oposição” aos projetos de lei do PS e do Bloco de Esquerda.ChegaO partido de André Ventura quer, entre outros tópicos, a “garantia de proteção à mulher grávida e ao nascituro, em todas as fases e circunstâncias, e o reforço da informação sobre redes de apoio e cuidados”. Além disso, o Chega deseja ainda mudar os critérios de acesso ao apoio pré-natal.PSOs socialistas propõem, no seu projeto de lei, alargar das atuais 10 para 12 semanas o prazo para a IVG por opção da mulher e garantir que a objeção de consciência não coloca em causa o acesso ao aborto. Esta intenção de regulamentar a objeção e de lançar um debate sobre o alargamento foi feito pela primeira vez pela líder parlamentar, Alexandra Leitão, durante a Academia Socialista, em final de agosto.BEO BE propõe o alargamento do prazo, das atuais 10 para 14 semanas, para uma mulher realizar uma IVG por sua opção e elimina o período de reflexão.PCPNo seu projeto de lei, os comunistas desejam, também, alargar a IVG para as 12 semanas, por opção da mulher, e para as 14, caso seja por problemas com o feto ou em casos de violação, por exemplo.LivreO Livre, por sua vez, deseja alargar o prazo das 10 para as 14 semanas. Além disso, o partido de Rui Tavares recomenda o Governo a mudar a objeção de consciência dos médicos, que deve ser comunicada a todos os estabelecimentos para onde o profissional trabalha e também à ordem profissional, e passando a ser de “caráter reservado”.