Entre “avaliar a possibilidade de investimento em energia nuclear segura” e a promessa de combater a “fraude climática” que o Alternativa Democrática Nacional (ADN)) classifica como “anticientífica”, o partido liderado por Bruno Fialho, no programa eleitoral, mostra-se também preocupado com o consumo de “produtos alimentares” que contêm insetos e que são “apresentados como uma suposta fonte alternativa de proteína”. Neste ponto, a proposta passa por “legislar” para “proteger os consumidores, assegurando que estes apenas consumam tais produtos de forma consciente”. Nesta corrida ao hemiciclo, marcada para dia 18 de maio, há mais 11 partidos que não têm lugar marcado no hemiciclo e que lutam para o conseguir. O ADN, nas últimas legislativas, conseguiu mais de 100 mil votos, ficou imediatamente atrás do PAN no plano global,o que lhe valeu o direito a uma subvenção anual de cerca de 330 mil euros. Este resultado, porém, contrasta com o das legislativas de 2022, quando o partido teve 10.911 votos. Na altura, o secretário-geral do PSD, Hugo Soares, referiu relatos de “confusão gerada no boletim de voto” entre a sigla da coligação entre sociais-democratas e centristas - AD - e a do ADN, o que poderia ter motivado a subida do número de votos. Bruno Fialho, porém, fez questão de rejeitar esta leitura..O Nova Direita (ND), liderado por Ossanda Liber, também volta a concorrer ao Parlamento e aproxima-se do ADN no que diz respeito à energia nuclear, defendendo mesmo que se faça “dela a base da nossa estratégia energética”. Para além disto, para a educação, insiste na “reposição dos uniformes no ensino básico”, com o argumento de promover a inclusão. Contudo, tal como o ADN, promete lutar “contra a cultura woke”, que passa por proibir “escrita inclusiva” nas escolas, garantindo ainda fazer “oposição ao uso de casas de banho comuns nas escolas”, que é algo que nenhum partido defende.Para além de reverter o acordo ortográfico de 1990, o ND também.quer “cobrar”, num novo sistema de saúde, “uma taxa moderadora de 15 a 20 euros aos utentes que optem por recorrer a hospitais privados”, que, por seu turno, estão integrados na cobertura médica proposta. Em comum, e no que diz respeito a Defesa Nacional, os dois partidos querem criar um serviço militar ou cívico, que no caso do ADN é opcional e no caso do ND é obrigatório.Medidas para “todos”Com a garantia de que está pronto para “baixar os impostos” e com um foco no “povo madeirense”, o Juntos Pelo Povo (JPP) apresenta-se a estas eleições com a redução da “composição do Governo [regional]” na mira. Se o concretizasse, baixaria a “a despesa pública, aplicando esse dinheiro onde verdadeiramente é necessário: saúde e habitação.”Sem explicar como o faria, o JPP também quer criar o “Plano Emergencial para a Habitação”, que passa por “promover a construção de mais casas e apartamentos a baixos custos”. As preocupações sociais do JPP passam ainda por “conceder às famílias apoios estimados ao custo de vida para que possam cuidar dos idosos em casa com dignidade e qualidade vida”, mas volta a repetir a receita anterior de não dizer como..Também com a meta de resolver os problemas da saúde e da habitação, o Reagir Incluir Reciclar (R. I. R.) propõe “contratar os médicos que acabam os primeiros seis anos do curso e que já podem ser inscritos na Ordem, e colocá-los em centros de saúde com horários alargados, acabando assim com um gasto anual de 160 milhões em médicos tarefeiros”, para além de assegurar, sem referir como, a construção e reabilitação de “habitação pública acessível”. Mas é nos direitos laborais que o R. I. R. vai mais longe, propondo várias coisas para “todos”, começando por avançar com as 35 horas semanais de trabalho, um salário mínimo de 1200 euros ainda este ano e aumentos de 10% de todos os vencimentos.O Partido Liberal Social (PLS) apresenta-se pela primeira vez a eleições. Liderado pelo dissidente da IL José Cardoso, que disputou a liderança do partido a Rui Rocha em 2023, o programa apresenta duas vezes a palavra saúde, para dizer apenas que o partido defende um “Estado pragmático” e que é uma área considerada como “pilar fundamental da política de desenvolvimento nacional”..ADN quer 18 meses de licença e reduz IRS a quem tem filhos