São nove do PSD (Arcos de Valdevez, Boticas, Valpaços, Penedono, Oleiros, Santa Maria da Feira, Mação, Calheta e Câmara de Lobos), nove do PS (Portimão, Olhão, Campo Maior, Gavião, Alenquer, Torres Vedras, Odivelas, Lourinhã e Condeixa-a-Nova) e seis do PCP (Avis, Arraiolos, Seixal, Palmela, Santiago do Cacém e Serpa) e entre cinco a sete, pelo menos, são “autarquias em risco”: ou seja, podem mudar de cor política, pela primeira vez, desde 1976.A “taxa de alternância”, que nas Eleições Autárquicas de 2021 rondou os 22%, acrescida à tendência de perda de câmaras com a saída do presidente por limitação de mandatos, que vem a crescer desde 2013 e que nas últimas eleições locais atingiu os 44%, coloca pressão adicional nas últimas 24 câmaras fiéis a um só partido há 49 anos.Em 2013, 33% das câmaras na limitação de mandatos mudaram de cor partidária. Em 2017, a percentagem subiu para os 41% e voltou a subir em 2021, desta vez para os 44%.Este ano, entre os 24 bastiões históricos há 18 câmaras nesta situação, o que coloca na situação de “risco” sete autarquias. . No caso do PSD, Arcos de Valdevez (distrito de Viana do Castelo), Boticas (distrito de Vila Real), Valpaços (distrito de Vila Real), Oleiros (distrito de Castelo Branco), Santa Maria da Feira (distrito de Aveiro), Mação (distrito de Santarém), Calheta (Madeira) e Câmara de Lobos (Madeira) entram neste lote. Porém, há diferenças. Em Valpaços, Oleiros, Santa Maria da Feira e Câmara de Lobos já houve troca de presidentes nos últimos meses - uma prática habitual de ceder a presidência ao vice-presidente de modo a tentar garantir a continuidade. Neste grupo, no entanto, Oleiros é a autarquia que maior “risco” apresenta para o PSD dadas as quedas eleitorais de 2017 para 2021: os sociais-democratas seguraram o poder por 230 votos. O outro caso é Penedono. A sucessiva perda eleitoral do PSD fez aproximar o PS do poder. Só 292 votos os separam de quebrar, pela primeira vez, o poder social-democrata. O PS, por seu lado, dos nove bastiões tem cinco - Olhão (distrito de Faro), Gavião (distrito de Portalegre), Alenquer (distrito de Lisboa), Lourinhã (distrito de Lisboa), Condeixa-a-Nova (distrito de Coimbra) - na limitação de mandatos após a saída de Isilda Gomes de Portimão (distrito de Faro) para o Parlamento Europeu. Entre taxas de “alternância” e percentagem de perdas por limitação de mandatos, os socialistas têm duas “autarquias em risco”.Lourinhã e Condeixa-a-Nova surgem como potenciais mudanças dado o crescente aproximar do PSD desde 2013. Nas últimas Eleições Autárquicas, as distâncias ficaram reduzidas a pouco mais de mil votos em ambas as autarquias. No caso do PCP, dos seis bastiões históricos - Avis (distrito de Portalegre), Arraiolos (distrito de Évora), Seixal (distrito de Setúbal), Palmela (distrito de Setúbal), Santiago do Cacém (distrito de Setúbal) e Serpa (distrito de Beja)- quatro estão na limitação de mandatos após a saída de Joaquim Santos, do Seixal, em 2022, que deu lugar ao seu vice Paulo Silva.A aplicação da mesma fórmula - “taxa de alternância” e “limitação de mandatos” - aponta para uma perda de duas autarquias: Palmela e Santiago do Cacém. Excluída das “autarquias em risco”, deste grupo de quatro, pode não estar Serpa, onde, nos votos, o PS está a 857 votos da CDU [desde 2013 que a distância tem sido encurtada] e tem o Chega, que elegeu um vereador, a pouco mais de 1110 votos. Ou seja, o PCP pode ter três bastiões históricos “em risco”. O que mudou em 2021Nas Eleições Autárquicas de 2021, das 31 câmaras que estavam nas mãos dos mesmos partidos desde 1976, sete mudaram de partido. Nessa altura, a CDU perdeu Mora e Montemor-o-Novo (distrito de Évora) e Moita (distrito de Setúbal) para os socialistas. O PS perdeu para os PSD dois dos 11 bastiões que vinham deste 1976: Reguengos de Monsaraz (distrito de Évora) e Cartaxo (distrito de Santarém). E nos dois casos, o PSD venceu com maioria absoluta. Na perda de bastiões, o PSD, que também tinha onze autarquias nessa situação, perdeu Ferreira do Zêzere (distrito de Santarém) e Penela (distrito de Coimbra) para os socialistas. E nos dois houve trocas de maiorias absolutas.Nessas eleições, o PSD conquistou 148 câmaras em listas próprias, menos uma que em 2013, e o PSD conseguiu distanciar-se dos mínimos históricos de 2013 e 2017, assumindo a presidência de 113 municípios. O partido então liderado por Rui Rio distanciou-se dos resultados obtidos tanto nas Eleições Autárquicas de 2017 - onde o PSD tinha registado o seu pior resultado de sempre, com a conquista de 98 câmaras -, como das Autárquicas de 2013 onde tinha assegurado a presidência de 106 municípios. O saldo final dessa luta autárquica entre PSD e PS acabou por ser favorável a Rui Rio. No total, 36 câmaras municipais foram trocadas entre os dois maiores partidos portugueses. O sociais-democratas ganharam por 23 contra 13.O PCP manteve a tendência de queda em eleições autárquicas: depois de ter obtido o seu pior resultado de sempre em 2017 - com a perda de 10 câmaras municipais, passando a ter 24 -, em 2021 perdeu outras 5, ficando com a presidência de 19 municípios e perdendo bastiões que lhe pertenciam desde 1976, como Mora, Montemor-o-Novo (distrito de Évora) e Moita (Setúbal)..Em 2013, 33% das câmaras na limitação de mandatos mudaram de cor partidária. Em 2017, a percentagem subiu para os 41% e voltou a subir em 2021, desta vez para os 44%.. O Chega, nas suas primeiras Eleições Autárquicas, ficou em quarto lugar, sem conquistar qualquer câmara, mas elegendo 19 vereadores. A maioria dos lugares foi obtida no distrito de Lisboa (com representantes nas câmaras municipais de Cascais, Odivelas, Loures, Vila Franca de Xira, Sintra e Azambuja) e de Santarém (Entroncamento, Benavente, Salvaterra de Magos e Santarém).Em quinto lugar, o Bloco de Esquerda obteve 2,75% dos votos que, no entanto, não se traduziram na conquista de qualquer câmara e significaram também uma perda significativa do número de vereadores bloquistas: dos 12 vereadores conquistados em 2017, o BE passou a ter quatro.O CDS, que concorreu na maioria dos concelhos em coligação, conseguiu manter em listas próprias as seis câmaras municipais que já liderava: Velas (Açores), Santana (Madeira), Ponte de Lima (Viana do Castelo), Vale de Cambra, Oliveira do Hospital e Albergaria-a-Velha (Aveiro).No entanto, em número de votos, o partido nessa altura liderado por Francisco Rodrigues dos Santos obteve um resultado pior do que o das Autárquicas de 2017, descendo dos 2,59% para os 1,48%.A Iniciativa Liberal, também nas suas primeiras Eleições Autárquicas, não conseguiu eleger qualquer vereador em listas próprias, ficando-se pelos 26 deputados municipais e obtendo 1,30% dos votos. As próximas Eleições Autárquicas devem ocorrer a 28 de setembro ou a 5 de outubro. .Autárquicas 2025. Os 12 “concelhos em risco” que ameaçam nova queda eleitoral comunista