O candidato presidencial Henrique Gouveia e Melo elogiou este sábado, 14 de junho, o Programa de Governo da Aliança Democrática (AD), “reformista e virado para o futuro”, mas que inclui controvérsias.“Fiquei contente, porque é um Programa reformista e virado para o futuro. Agora, do programa à execução há um grande intervalo que tem de ser percorrido”, apontou Gouveia e Melo, durante uma visita à Feira do Campo Alentejano, no distrito de Beja.Após uma visita ao Complexo Mineiro de Aljustrel, o candidato disse que ainda só tinha lido o documento “de uma forma muito preliminar”, mas desejou “sorte ao Governo” para aplicar as medidas previstas.“O Programa, em termos gerais, vai contribuir para o desenvolvimento do país. Todos nós avançamos e Portugal vai avançar se o programa for executado”, antecipou.Gouveia e Melo admitiu, por outro lado, que “há coisas controversas no Programa” de Governo, mas considerou que “isso faz parte da luta político-partidária”, particularmente o tema da imigração.Sobre as medidas previstas nesse tema, o almirante na reserva considerou que “a imigração tem de ser controlada”.“No entanto, as pessoas que estão cá também têm de ser integradas e o Governo fala sobre essas duas coisas. E eu acho que isso é relevante para o futuro”, frisou Gouveia e Melo.Uma "imigração regulada e humanista" é o quarto eixo prioritário do programa hoje entregue no Parlamento.Na proposta, entre outras medidas, o executivo refere que vai promover uma "revisão da lei de estrangeiros e da lei de asilo, limitando os fluxos migratórios, nomeadamente do reagrupamento familiar, à capacidade dos serviços públicos e de integração da sociedade portuguesa".Pretende também restringir o visto para procura de trabalho a candidatos com elevadas qualificações, e ponderar a introdução de critérios de progresso no domínio da língua portuguesa nas renovações de certas modalidades de autorização de residência.O Programa do XXV Governo Constitucional, saído das legislativas de 18 de maio ganhas pela coligação AD (PSD/CDS), foi entregue hoje na Assembleia da República, pelo ministro dos Assuntos Parlamentares, Carlos Abreu Amorim.O programa de Governo foi aprovado em Conselho de Ministros na quinta-feira e será discutido na Assembleia da República na terça e quarta-feira.Na conferência de imprensa após a reunião do Governo, o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, classificou o documento como "um programa ambicioso para transformar o país", estruturado em 10 eixos prioritários, incluindo a reforma do Estado, imigração regulada, aumento de rendimentos, segurança de proximidade, habitação ou defesa.O PCP já anunciou que irá apresentar uma moção de rejeição, mas a iniciativa dos comunistas tem chumbo certo, já que, além do PSD e CDS, também não terá o apoio do Chega e do PS..José Luís Carneiro: "Vamos aguardar que o Governo escolha com quem quer dialogar”. André Ventura: "O Programa de Governo não tem nenhuma ideia inovadora a orientá-lo”