José Luís Carneiro, secretário-geral do PS.
José Luís Carneiro, secretário-geral do PS. FOTO: RUI MINDERICO/LUSA

José Luís Carneiro: "Vamos aguardar que o Governo escolha com quem quer dialogar”

O candidato à liderança do PS diz que o PS está disponível para contribuir para a estabilidade governativa e admitiu que “há matérias de cooperação estratégica com o Governo”.
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José Luís Carneiro, candidato à liderança do PS, disse este sábado, 14 de junho, que o Governo tem de escolher com quem quer dialogar, considerando que não pode ser com uns nalguns dias e com outros nos restantes.

“Há valores e princípios dos quais nós nunca poderemos abdicar. (…) Vamos, portanto, aguardar pelo respeito do Governo e que o Governo tenha consciência de que tem de escolher com quem quer fazer o diálogo”, afirmou José Luís Carneiro, em Leiria, antes de um encontro com militantes, para apresentar a candidatura a secretário-geral do PS.

Ao ser questionado sobre o Programa do Governo, entregue este sábado, 14 de junho, na Assembleia da República, documento no qual o executivo liderado por Luís Montenegro reitera a promessa de diálogo com a oposição, o socialista frisou: “[O diálogo] não pode ser à segunda, terça e quarta com uns, e à quinta, sexta e sábado com outros”.

“E não há domingo de descanso também, porque o país precisa de muito trabalho e de muita dedicação”, declarou.

Na entrega do programa do XXV Governo Constitucional, o ministro dos Assuntos Parlamentares, Carlos Abreu Amorim, afirmou que é um documento “para quatro anos” e que visa “verdadeiramente transformar o país”.

Ressalvando não ter tido possibilidade de ler com atenção o documento, o candidato único a secretário-geral do PS adiantou que quer “saber onde é que o senhor primeiro-ministro quer planar”.

“Ele disse que tinha uma perspetiva de planar para a direita, planar para a esquerda, planar para a frente, planar para trás. Vamos ver como é que ele quer planar”, esclareceu, reiterando que o PS “é um partido que quer contribuir para servir o país”.

José Luís Carneiro insistiu que o PS está disponível para contribuir para a estabilidade governativa, admitiu que “há matérias de cooperação estratégica com o Governo” e adiantou que há outras próprias do partido, “para corresponder ao interesse das pessoas”.

“Podem contar com o Partido Socialista para servir o interesse do país, o interesse das pessoas. E procuraremos evitar distrairmo-nos com aspetos que não têm a ver com a vida das pessoas”, afiançou, explicando que a vida das pessoas tem a ver com a melhoria dos rendimentos e das condições de vida, habitação, saúde, qualidade da democracia e segurança.

O candidato socialista sustentou ainda ter duas “preocupações fundamentais” em relação aos interesses do país, que passam por garantir o crescimento da economia e o combate às assimetrias.

Segundo José Luís Carneiro, a economia “tem de crescer com base no conhecimento, na inovação”, considerando a necessidade de “garantir que a economia leva um choque tecnológico para ser mais produtiva, criar mais riqueza” e dar melhores salários.

Já a segunda prioridade prende-se com “os contratos territoriais de desenvolvimento”, isto é, “combater as assimetrias que ainda se mantêm no país”.

Para o socialista, os contratos territoriais de desenvolvimento “devem agregar a si incentivos fiscais, nomeadamente às empresas e à criação de postos de trabalho” em setores relevantes da economia nacional.

“E procurarmos encontrar as forças de cada território e o Estado deve contratualizar com esses territórios estratégias de desenvolvimento”, acrescentou.

O deputado José Luís Carneiro é candidato único às eleições diretas para secretário-geral do PS, marcadas para 27 e 28 deste mês, para escolher o sucessor de Pedro Nuno Santos, que se demitiu após o desaire nas legislativas.

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