Presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares sugere que o acesso de jovens "sem doenças" a médicos de família seja excluído.
Presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares sugere que o acesso de jovens "sem doenças" a médicos de família seja excluído.Foto: Carlos Carneiro / Global Imagens

Exclusão de jovens saudáveis no acesso a médico de família? BE diz que é uma "ideia errada"

O representante dos administradores hospitalares, em entrevista à Antena 1 e Jornal de Negócios, sugeriu excluir jovens "sem comorbilidades" no acesso a médicos de família para responder à escassez de médicos. BE classifica esta lógica como “errada”.
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O presidente da Associação Portuguesa das Administrações Hospitalares (APAH), Xavier Barreto, defende que, face ao cenário de escassez de profissionais, jovens sem comorbilidades, sem doenças e sem fatores de risco devem ficar excluídos do acesso a médicos de família. Ao DN, a deputada do BE Isabel Pires afirmou que esta ideia é “errada” e preocupa o partido, porque, sublinha, “os cuidados de saúde primários têm como uma das suas questões basilares a promoção da saúde e a prevenção da doença”.

Xavier Barreto, fez esta sugestão durante uma entrevista conjunta à Antena 1 e Jornal de Negócios, onde também revelou reivindicações dos administradores hospitalares, que passam por uma valorização da carreira, não necessariamente salarial, apesar deste também ser um ponto am aberto. Os administradores hospitalares vão reunir-se com o Governo no próximo dia 15 de janeiro, para discutir estes temas.

Isabel Pires, em reação a Xavier Barreto, apesar de reconhecer as pressões que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) sofre, defende que “a solução não pode nunca passar por retirar pessoas do acesso ao médico de família”.

“Parece-nos muito contraproducente para os objetivos que temos de termos uma população mais saudável”, explica, deixando um alerta para o futuro: “Pode vir a agravar problemas de saúde no futuro.”

A deputada diz que esta “é uma lógica invertida àquela que deveria estar a ser utilizada, que é investimento no SNS, nas carreiras dos médicos, nos salários, para que possam ser incentivados a ficar” no setor público.

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