Alexandra Leitão afirma que "Lisboa nunca cheirou tão mal" como agora, numa crítica aos serviços de higiene urbana."E não sou eu que o digo", garante, numa alusão a queixas que lhe chegaram por várias vias.A candidata socialista falava nas suas alegações finais sobre os problemas que considerava mais importantes e que carecem de resolução mais urgente."Tem de haver recolha sete dias por semana", argumentou, acrescentando que também tem de haver "central de lavagem de contentores"."É preciso fazer estudo de carga nesta matéria", destacou, como já o tinha feito para outras matérias, como a mobilidade, onde usou a mesma formulação que tinha usado em relação ao lixo: ^"A mobilidade regrediu nos últimos quatro anos.""Temos uma cidade que hoje é hostil aos peões", acusou, apelando a "equilíbrio", que se conseguiria, justificou, com "mais circuitos, horários alargados"."É preciso cumprir horários", sustentou, enquanto lembrou que "a Carris nunca andou tão devagar como agora"."13 quilómetros por horas", disse."É preciso tornar mais acessível [os transportes público], daí a gratuitidade", rematou."O transporte público não tem em 2024 os mesmo utilizadores que tinham em 2019", afirmou, enquanto dizia que isto acontece porque "não tem qualidade".Questionado sobre as medidas que prevê para os sem-abrigo, que implica reduzir a zero o número de pessoas nesta circunstância, Bruno Mascarenhas insitiu sobre a mobilidade, com um ataque às ciclovias. "Continuam a ser feitas ciclovias sem projeto e sem interesse para a cidade", argumentou, enquanto defendia a ideia de que é preciso "acabar com parte das ciclovias para dar fluidez ao tráfego".Sobre higiene urbanam Bruno Mascarenhas diz que se deve à "falta de qualidade dos autarcas"."Boys e playboys do PSD", afirmou.Sobre a medida das pessoas em situação de sem-abrigo, o candidato do Chega explica que defende que haja "um gestor por pessoa"."O objetivo é que as pessoas sejam acompanhadas" e que haja "reintegração".Sobre as prioridades da CDU, João Ferreira destaca as "condições de pedenolaziação", defendendo que é preciso "adaptar condições urbanísticas".Isto passa por "duplicar o orçamento" o orçamento da Carris, o que custaria "100 milhões de euros".Metade do valor da devolução do IRS dada por Moedas, argumenta.Sobre o metro, que diz ter "um papel reestruturante da mobilidade", o candidato do PCP vira-se para o PS e para a "linha circular". Uma "opção que PS teimou contra tudo e todos vai agravar este problema", justificou, e que "é necessário abandonar"."Criar uma linha que funcione em sistema de laço", defendeu.Sobre a higiene urbana, João Ferreira lembrou que é um "problema de fundo", como já o fizera noutras ocasições, falando em "clarificar competências de junta e municipais"."Aquilo que dependia de uma entidade depende de 25 entidades", lembra, numa alusão à Câmara Municipal e às 24 juntas de freguesia de Lisboa."Gasta-se mais dinheiro, há desarticulação", lembra..Sobre imigração, o candidato do Chega diz que há uma "discriminação positiva" relativamente a imigrantes, por, acusa, estarem a ser beneficiados no acesso à saúde, às escolas, "muitas vezes deixando os nossos para trás"."Desde logo no acesso às creches", completa.João Ferreira, apoiado por Alexandra Leitão, lembra que "as câmaras municipais não definem políticas de imigração", ainda que possam "cuidar da realidade do concelho da melhor maneira".Enquanto defende a ideia de que Lisboa deve ser "inclusiva", com medidas que permitam a integração de imigrantes, o candidato da CDU lembra que a sua coligação propõe a criação de uma "embaixada solidária", que permite que os imigrantes adquiram "competências linguísticas", num trabalho que, defende, deve ser desenvolvido em "trabalho conjunto com as associações"..João Ferreira defende que "só a Câmara não vai resolver o problema da habitação", dada a gravidade do problema, pelo que é preciso "produzir o parque habitacional público", "também para exercer um efeito de contenção" no mercado, explica.Com a ideia de que "a Câmara tem instrumentos para dar um contributo muito grande" neste tema, o candidato comunista refere "terrenos municipais e património municipal disperso", como por exemplo o "hotel do quartel da Graça", que só é um hotel "porque alguém na Câmara tratou de concessionar"."Estamos dependentes de mudanças que vão além do âmbito municipal", sublinha, enquanto acusa Carlos Moedas de não ter concluído "uma revisão do regulamento do Alojamento Local".Portanto, remata, houve uma "aprovação irrestrita de novas unidade hoteleiras" que deriva de "antigo património público que hoje podia ser renda acessível"..Carlos Moedas garante que, só nesta segunda-feira, entregou "2804 chaves a famílias que de outra maneira não conseguiam ter casa", referindo-se a um programa de "renda acessível".Depois de uma referência a "jovens que hoje não conseguem" morar em Lisboa, o autarca também referiu "mais 1300 famílias a quem" a Câmara pagou parte das rendas, num apoio à renda.Para além disto, argumenta que quando chegou ao Executivo municipal havia "256 casas de renda acessível em construção". "Agora, são quase mil", garante, enquanto diz que "o vereador João Ferreira sabe bem isto".Sobre as substituições na sua equipa diz que "é normal que ao fim de quatro anos haja desgaste", justifica..O candidato da CDU, João Ferreira, critica Carlos Moedas por ter referido a devolução do IRS, num pacote de corte fiscal em Lisboa.São "270 milhões de euros que implicou" a devolução do IRS, diz João Ferreira, lembrando que "este dinheiro não vai para à população". "É mais do que se vai gastar na maior obra da cidade", argumento, com uma alusão ao túnel de drenagem e "daria para reabilitar todas as escolas"."É dinheiro de que a Câmara poderia dispor" como "recurso de todos", mas "beneficia apenas alguns", remata..Arrancou o autárquico por Lisboa. O presidente da Câmara garante que ter apresentado a demissão perante o acidente do Elevador da Glória seria "uma corbardia", apesar de reiterar que assume toda a responsabilidade política.Nestes termos, Alexandra Leitão vinca que "é preciso esclarecimentos",, na mesma medida em que "é preciso apurar responsabilidades", para que não volte a acontecer acidentes como estes, mas diz que é preciso fazê-lo com "tempo e serenidade".Carlos Moedas garante que foram dados todos os recursos à Carris, mas João Ferreira discorda com o incumbente, optando por apontar pontos que implicam uma "reflexão", como a "externalização" da manutenção do Elevador da Glória..No sábado passado, 13 de setembro, a candidata socialista à Câmara de Lisboa, Alexandra Leitão, durante a Convenção Autárquica Nacional do PS, pediu que fosse feito um "debate sereno" em torno das várias "cargas" de que sofre Lisboa, desde a turística à da mobilidade, numa referência ao acidente do início do mês, no Elevador da Glória, onde morreram 16 pessoas. Prevê-se que este tema não seja esgrimido contra Carlos Moedas, o incumbente, até porque a moção de censura apresentada pelo Chega, com argumentos de que foi “uma falha política e institucional”, não passou no crivo da Assembleia Municipal de Lisboa, quase por unanimidade.Ainda assim, esta noite, o debate, que inicialmente estava previsto ser só entre Carlos Moedas e Alexandra Leitão, vai ter como protagonistas também João Ferreira da CDU, e Bruno Mascarenhas, do Chega. Estas duas últimas forças políticas marcam presença neste frente a frente depois da CDU ter avançado com uma queixa à Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) e à Comissão Nacional de Eleições (CNE) por o candidato comunista, que é vereador municipal desde 2013, não ter sido incluído no confronto, o que levou a SIC a reprogramar o encontro.