9h50No cruzamento da Avenida D. Nuno Álvares Pereira com a rua Alexandre Herculano, na Amadora, as bandeiras coloridas estão prontas a ser agitada e ouve-se A Carvalhesa entoada por colunas num carro ali estacionado. O ponto de encontro é o centro de emprego onde, lá dentro, duas pessoas se mantêm alheadas do que se passa no exterior.Dali a alguns minutos, já perto das 10h30, Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP, chega ao local. Antes, já o deputado António Filipe, o ex-eurodeputado João Pimenta Lopes e Mariana Silva, dirigente do Partido Ecologista Os Verdes (PEV, que integra com o PCP a CDU) tinham chegado. No local, Paulo Raimundo é cumprimentado por alguns militantes, pergunta a alguns “se está tudo bom”, que agradecem ao líder comunista a presença no local e dão palavras de força para a última semana de campanha.A marcha inicia-se então, com bandeiras no ar, cânticos de apoio à CDU e um tambor a marcar o ritmo. Destino: o Parque Delfim Guimarães, ao lado da estação ferroviária da Amadora, um local simbólico em plena greve da CP que, durante alguns dias, paralisou totalmente a circulação de comboios no país. No entanto, a meio do trajeto, junto ao n.º 257 da Rua Elias Garcia (a maior da ), um rosto ilustre esperava o desfile da CDU: Arménio Carlos, ex-secretário-geral da CGTP. Já de cravo na mão e cantando que “a CDU avança, com toda a confiança”, Paulo Raimundo liderou a arruada até ao destino final. Não sem antes, aqui e ali, cumprimentar lojistas e populares que se cruzavam com o desfile que, apesar do começo algo lento, foi ganhando força e chegou a cortar o trânsito na artéria amadorense.Chegados então ao Parque Delfim Guimarães, inicia-se o comício à sombra das árvores do local. E, aí, Arménio Carlos começou a apontar o dedo aos “cordeirinhos” que, precisamente devido à greve da CP, “começaram a mostrar a pele de lobo”, sobretudo depois de ter sido colocada em cima da mesa a hipótese de alterar a lei da greve. Miguel Pinto Luz, ministro das Infraestruturas, é por isso “um embuste”.De cravo em punho, Paulo Raimundo relembrou o significado de estar no concelho da Amadora – o primeiro criado após o 25 de Abril – e pediu que “as gentes trabalhadores” dessem um “murro na mesa”. Para haver direitos “e uma vida melhor para a maioria, é imperativo que as coisas não continuem como estão”, atirou..15h50“Amigo, aceita um destes panfletos?”. Depois de almoço, esta foi a frase que mais se ouviu durante a atividade: um contacto com trabalhadores de uma fábrica de baterias, em Castanheira do Ribatejo, que há um ano o secretário-geral do PCP também visitou.À porta da empresa, o líder do PCP – que vai para as segundas eleições legislativas – recebeu uma carta com 160 apoios de trabalhadores. E mostrou-se otimista. “Com 160 aqui, mais outros 160 ali, isto vai, isto vai”, disse otimista sem, no entanto, estabelecer uma meta eleitoral para 18 de maio.Como agradecimento pela presença e por ouvir os problemas de quem ali trabalha, Paulo Raimundo recebeu das mãos de um dos trabalhadores uma placa em crochê, onde se lia a palavra “liberdade” acompanhada de um desenho de um cravo. Ouvindo as preces de Ricardo Santos, trabalhador e delegado sindical de quem recebeu a carta, Raimundo fez um pedido aos jornalistas ali presentes: “Podem até não passar nada das minhas declarações, se derem a voz a esta gente [trabalhadores] eu fico mais do que satisfeito.” Afinal, o processo de produzir baterias é “duro e custa”, e há funcionários “que se aleijam regularmente”, como lamentou o delegado sindical de 33 anos..17h40Sem tempo a perder, Paulo Raimundo fez-se novamente à estrada. Desta feita, para percorrer os mais de 100 quilómetros que separam Castanheira do Ribatejo de Évora.Na cidade alentejana, capital de um distrito pelo qual a CDU não elege desde 2022, Paulo Raimundo liderou novamente uma arruada. E tal como na manhã, os panfletos, as fotografias e o contacto com lojistas da cidade eborense. Além da cabeça de lista pelo distrito (Maria da Graça Nascimento), Paulo Raimundo esteve ainda com João Oliveira, eurodeputado do PCP e candidato à autarquia alentejana, e o ainda autarca de Évora, Carlos Pinto de Sá.Pela rua 5 de Outubro abaixo, Paulo Raimundo entrou aqui e ali e houve, até, quem ficasse com o corte de cabelo interrompido por momentos, depois do secretário-geral do PCP ter entrado num barbeiro naquela rua. Entre sorrisos e cumprimentos, o desfile foi andando ao longo da Praça do Giraldo – onde Paulo Raimundo tentou dar panfletos a jovens sentados numa esplanada – em direção a um Teatro Garcia de Resende, onde se realizou o comício final daquele dia.Engalanado com bandeiras da CDU um pouco por toda a sala, cerca de 250 pessoas assistiram ao comício onde o foco foi a Defesa e a política externa.O motivo? Assinalavam-se, nesse dia, os 80 anos da derrota do nazismo (Dia da Vitória, 9 de maio de 1945), o discurso de Paulo Raimundo focou-se muito na política externa e no eventual aumento do investimento em Defesa, e garantiu ser necessário “criar paz para os povos” e condições para que tal aconteça. Antes, Maria da Graça Nascimento, apelara ao voto na CDU em defesa do distrito e, entre outros, do Alqueva, “uma conquista do povo” e das gentes alentejanas.No fim do comício, “uma prenda” para quem estava no palco: mais cravos. Estes, oferecidos por Francisco, um jovem que fez questão de os distribuir ele próprio. E, tal como de manhã, soou A Carvalhesa (“A nossa música, que não é igual à dos outros”, ouviu-se) e o cântico do otimismo: “A CDU avança, com toda a confiança..Dia com Inês de Sousa Real, entre um SNS para todos e o “ecocídio”, ouviu queixas na feira.Um dia com Luís Montenegro. “Quatro anos e mais além” e um apelo: “Têm mesmo de ir votar”