Da Festa do Avante à caricatura de António Costa: outros cartazes políticos que geraram polémica
O tema gerou polémica entre PSD e Chega, após um cartaz do partido de André Ventura ter colocado Luís Montenegro ao lado de José Sócrates, com a mensagem “50 Anos de Corrupção”. Na sequência, o primeiro-ministro processou o Chega e pediu a retirada destes cartazes, alegando serem “vergonhosos” e “difamatórios”.
Mas este caso não é único – e já houve outras alturas em que cartazes polémicos acabaram por ser retirados (algo que Ventura já disse que não fará).
Por exemplo, em 2020, a Juventude Social-Democrata (JSD) viu ser retirado um cartaz que tinha colocado no Seixal, contra a realização da 44.ª edição da Festa do Avante, onde se lia que “assim só a covid levará Avante”. O então presidente da JSD, Alexandre Poço, contestou a decisão, manifestando-se “indignado” e dizendo que “há em Portugal quem tenha um sentido de democracia relativamente reduzido”. A JSD avançou depois com uma queixa formal junto da Comissão Nacional de Eleições (CNE) e da Polícia de Segurança Pública (PSP). O outdoor acabaria por voltar a ser colocado pelos jovens do PSD.
Mais recentemente, foi a própria CNE a ordenar, com efeitos imediatos, que a Câmara Municipal de Lisboa retirasse várias mensagens políticas por considerar que violavam as regras da publicidade institucional, uma vez que mostravam medidas tomadas pelo executivo municipal (como um plano de saúde para idosos ou políticas de habitação) numa altura de campanha eleitoral para as eleições europeias.
Ainda que não em outdoors, o anterior primeiro-ministro, António Costa, foi também visado em cartazes que foram considerados “racistas”, onde se via o rosto do ex-governante com um focinho de porco e um lápis em cada olho. Esta polémica surgiu em 2023, aquando dos protestos dos professores, com a Fenprof e a Federação Nacional de Educação (FNE) a demarcarem-se do teor do cartaz da autoria de Pedro Brito.
Novamente em Lisboa - ainda que por motivos diferentes -, a autarquia obrigou à remoção de cartazes com mensagens políticas de duas zonas da cidade (Marquês de Pombal e Alameda) para acabar com as "manchas visuais. Apesar de ter notificado os partidos para a situação, algumas forças políticas queixaram-se de abuso de poder por parte de Carlos Moedas, autarca da cidade. Neste caso, houve "seis cartazes" a serem removidos de forma "coerciva" por parte da Câmara Municipal de Lisboa.