As equipas de vereadores começam a ser definidas um pouco por todo o país. Em Lisboa, a vitória de Carlos Moedas garante-lhe oito vereadores, pelos quais irá distribuir pelouros. No último mandato, foram 25 pelouros distintos, divididos por sete elementos. A entrada da Iniciativa Liberal nas listas tem impacto direto na preponderância que o CDS tem na coligação. Rodrigo Mello – especialista em fiscalidade, coordenador da IL de Lisboa e deputado na Assembleia Municipal, tendo sido assessor nos Ministérios da Defesa e dos Negócios Estrangeiros – e Vasco Anjos – licenciado em Gestão e Administração de Empresas, e com experiência na direção de recursos humanos na Santa Casa de Misericórdia – serão os principais rostos para o desenvolvimento económico. Em concreto, os pelouros Abastecimento e Mercados e a Economia e Inovação eram tutelados pelo CDS no fim do primeiro mandato, mas deverão passar a estar sob atribuição liberal. Com mandato suspenso depois de acusações de fraude em eleições do CDS, que o Ministério Público declarou como “agravados na forma tentada”, mas defendendo que não deveria haver julgamento, Moura era vereador da Economia e Inovação, tendo como missão as ligações às freguesias e orçamentos participativos. .Moedas enfrenta desafios com oposição que não lhe passa “cheques em branco”.Os centristas, que têm a vice-presidente do CDS e presidente da Concelhia de Lisboa, Maria Luísa Aldim, na equipa de Moedas, serão incumbentes na gestão dos apoios sociais, direitos humanos, Educação, Saúde e Cidadania, gabinetes de enorme carga de trabalho e articulação conjunta para a manutenção da imagem de eficiência de uma Câmara Municipal. Há algum desagrado interno e uma certa despromoção reconhecem ao DN fontes do CDS. Gonçalo Reis, que foi deputado à Assembleia da República em 2022 e ex-presidente da RTP, tem presença em Conselhos de Administração em várias empresas. Será vice-presidente e terá responsabilidade nas Finanças, nos Transportes e Mobilidade. O também presidente da Globalvia, que gera duas concessões de autoestradas em Portugal (A23 Beira Interior e A4 Transmontana), tem experiência como administrador das Estradas de Portugal e será o escolhido para os pelouros que, dado o acidente do Elevador da Glória que vitimou 16 pessoas, ganham preponderância mediática. Da lista de competências consta a responsabilidade dos investimentos, manutenção e operacionalização da Carris.Já Vasco Moreira Rato, independente indicado pelo PSD, é professor universitário licenciado em Arquitetura, estava como adjunto de Filipa Roseta e herdará a Habitação e Obras Municipais em Lisboa. Joana Batista, que era vereadora em Oeiras, é o ativo para a Higiene Urbana, podendo acumular Planeamento e Recursos Humanos. Como se sabe, a lista de Moedas foi condicionada pelo processo Tutti Frutti, com indicações por parte do PSD de se afastar de nomes passíveis de crítica por influência e favores. Mas também enfrentou críticas do próprio partido por se querer munir de especialistas menos conotados com o partido, além de ter de incluir dois nomes da IL e do CDS. Carlos Moedas manter-se-á como vereador da Cultura, pelouro pelo qual foi acusado de falhar promessas de um teatro em cada bairro. O Executivo demora a tomar posse porque o processo eleitoral não está fechado. Recorde-se que o Chega apresentou um recurso ao Tribunal Constitucional por não concordar com a recontagem dos votos em São Domingos de Benfica. A coligação encabeçada por João Ferreira passou de 11 votos de diferença para um e sonham com o segundo vereador..O jovem liberal que ganhou ao PS em Campolide ao fim de 16 anos. “Não era fácil”