É esta terça-feira, dia 11 de novembro, que a coligação Por Ti, Lisboa toma posse e a negociação quanto a lugares de pelouros começou há muito, como o DN noticiou. Nessas conversas, o Chega não passou à margem. Ou seja, além da coligação encabeçada por Carlos Moedas, do PSD, e de dois lugares de vereação para Iniciativa Liberal e CDS-PP, houve disponibilidade do partido de André Ventura para integrar a gestão da cidade. Os dois eleitos pelo partido, ao lado de João Ferreira, do PCP, e dos seis eleitos por PS, Livre e Bloco de Esquerda (o PAN integrou coligação, mas não teve eleitos), terão um papel decisivo para viabilizar as medidas do executivo, o que poderia sugerir a vontade de ter garantia de aprovação em certos documentos. Pelo menos conversas nesse sentido poderão ter acontecido, segundo o que Bruno Mascarenhas revela ao DN. “Às vezes, não é possível fazer acordos não porque não queiramos. Haveria e há pontos de confluência, podem alterar-se políticas da cidade, mas, neste caso, cada um vai para seu lado porque há uma entropia de um dos parceiros da coligação, de um parceiro que não respeita as vontades dos eleitores e faz birras sem sentido”, anuncia, em alusão à Iniciativa Liberal que, depois de ter visto em Sintra um acordo com o Chega para a governação de Marco Almeida, deu um recado interno aos autarcas para evitarem situações semelhantes. Mariana Leitão foi clara há três dias. “Sempre estabelecemos que com o Chega não iríamos partilhar um executivo, nem viabilizar, nem branquear um partido que faz a apologia a Salazar, à ditadura”, asseverou na SIC. Recorde-se que a IL, como o DN noticiou, terá pelouros na Economia e Desenvolvimento, enquanto o CDS-PP terá, pelo que se pôde saber, Educação e Ação Social. A Iniciativa Liberal e Carlos Moedas têm tido uma relação de proximidade, identificam-se na atração de investimento para a cidade e o edil sempre priorizou estar acompanhado da IL. Prova disso é a presença de Mariana Leitão na campanha antes das Autárquicas e, sabe o DN, que também Cotrim de Figueiredo, candidato presidencial, vai acompanhar Moedas na tomada de posse. O DN tentou questionar Carlos Moedas sobre uma possível sondagem ao Chega, mas não obteve resposta.Sem dizer o nome do partido, o primeiro eleito pelo Chega a Lisboa afirma que “Moedas tem um problema para resolver.” “[A IL] não tem a dimensão que lhe foi dada, faz birra e pensa apenas no seu projeto. Vamos perceber o que valerão, quanto a nós estaremos de espírito aberto para defender os lisboetas independentemente dos cargos e das parcerias”, atira Mascarenhas que, sabendo que o voto favorável do Chega faz passar as políticas de Moedas, explana: “Somos o pêndulo desta Câmara.”Por isso mesmo, o DN questionou até que ponto o Chega viabilizaria as propostas. Sem assinar de cruz, reconhece que “está mais livre para fazer escolhas à medida que se faz o caminho” por não ter pelouros. E admite que “o PSD se aproximou na segurança, habitação e imigração”. “Estamos mais acompanhados do que em 2021”, vislumbra, enfatizando que “é preciso respeitar a vontade dos eleitores”, priorizando a “implementação da agenda que não se faz só com pelouros.”Alexandra Leitão promete "oposição rigorosa"A coligação Viver Lisboa tem seis lugares de vereação na oposição e Alexandra Leitão, ao DN, diz que não existiram “abordagens” e acredita que “ninguém da sua lista aceitaria pelouros”. Deixa claro que, mais do que o PS foi de 2021 a 2025, haverá maior força de bloqueio. “Vamos assumir uma oposição rigorosa, muito exigente, mas leal e é assim que nos posicionamos”, disse, antecipando que será “muito difícil viabilizar orçamentos e planos de atividades face ao programa apresentado". Faz ainda um aviso quanto a possíveis cortes nos gabinetes: “Esperamos que, como sempre aconteceu, sejam dadas condições para os vereadores da oposição terem o seu papel.” .Alexandra Leitão acusa Moedas sobre o fim de moratórias no Alojamento Local: "Fê-lo com dolo ou negligência".Bruno Mascarenhas: “O Chega pode ter posição decisiva na governação de Lisboa, a liderar ou a passar medidas” .Mariana Leitão critica PSD por dar “sinais perigosos” de cedência ao Chega