A Comissão Política Nacional do Partido Socialista reúne-se esta terça-feira para analisar os resultados das eleições autárquicas, mas antes há reunião com o grupo parlamentar socialista, com o foco no Orçamento do Estado para 2026 (OE2026).José Luís Carneiro, sabe o DN, vai endossar ao grupo de deputados a indicação de que será preferível o PS viabilizar a aprovação do Orçamento de Estado, com a indicação de que uma orientação de voto de abstenção será a estratégia a tomar para o documento apresentado na passada quinta-feira (dia 9).Em 2024, quando o PSD e o CDS-PP votaram favoravelmente à proposta do Executivo, o PS, na altura com Pedro Nuno Santos como secretário-geral, adotou a abstenção, viabilizando o documento. Nessa altura, o PS tinha 78 tribunos. Agora, com 58, os socialistas sabem que só derrubariam o Governo com um voto contrário também do Chega. No entanto, o PS quer garantir governabilidade, vincou várias vezes a ideia de estabilidade e José Luís Carneiro, na quinta-feira, foi claro ao vincar que Luís Montenegro tinha respeitado sugestões do PS. “O Governo correspondeu às exigências do Partido Socialista, nomeadamente nas questões laborais que eram, para nós, uma matéria vital à nossa opção política. Também correspondeu em relação aos serviços de saúde e à Lei de Bases da Saúde, em relação à Segurança Social e ainda ao tratamento, fora do Orçamento, de questões de natureza fiscal”, pronunciou-se na quinta-feira, prometendo “respeitar a palavra que dei aos portugueses de contribuir para a estabilidade política.”Pedro Nuno Santos, recorde-se, pediu a suspensão de mandato no Parlamento e ficará fora dessa votação. O ex-secretário-geral inibe-se de entrar na votação, o que poderia gerar conflito interno no partido em caso de contrariar aquela que se espera ser a orientação de voto. Como o DN escreveu, a elaboração de um orçamento mais técnico facilitou a aproximação entre PS e o Governo. Os socialistas pretendem acordos mais ao centro e evitar que o parceiro de Montenegro seja o Chega, como aconteceu nas questões da imigração. Para o PS, nesta fase, a reforma da Justiça e a requalificação e reformulação da emergência médica e o investimento na Saúde são as principais batalhas, lembrando que José Luís Carneiro considerou que a “previsão da redução de receita em IRC de 2% e o aumento da receita em IRS em 5,5%” representam que são as famílias “a suportar as opções de política fiscal.”No lado do Chega, com 60 deputados, está em aberto a viabilização do documento, ao que o DN pôde apurar. André Ventura previu que os portugueses “não vão sentir qualquer alívio fiscal” e pronunciou-se contra o que disse ser uma “expetativa de aumento brutal na receita do imposto sobre os combustíveis”. No entanto, algumas das escolhas do Governo de Luís Montenegro vão ao encontro das prioridades políticas do Chega, nomeadamente no que toca ao investimento nas forças de segurança, aumentos nas pensões e redução do total de verbas destinadas ao rendimento social de inserção.A Iniciativa Liberal, pela presidente Mariana Leitão, declarou o espanto por não estarem incluídas medidas orçamentais para a habitação e mencionou a “falta de ambição”. O Livre disse que teria de analisar melhor, mas disse que era um documento “político”, enquanto Mariana Mortágua contestou os “benefícios à banca” e Paula Santos, uma das três deputadas do PCP, falou em “agravamento das injustiças” e atacou a “transferências de recursos públicos para as parcerias público-privadas.” A votação do Orçamento de Estado será a 27 de novembro. .Pedro Nuno Santos suspende mandato antes da votação do Orçamento de Estado. José Luís Carneiro admite que Governo “correspondeu às exigências do PS” e viabilização fica à vista.Carneiro reúne comissão política para analisar Autárquicas e abordar Orçamento de Estado