Campanha eleitoral. As “questões laterais” de Passos Coelho que Pedro Nuno Santos “até agradece”
FOTO: José Sena Goulão / Lusa

Campanha eleitoral. As “questões laterais” de Passos Coelho que Pedro Nuno Santos “até agradece”

Ex-líderes do PSD estiveram juntos em almoço. Passos Coelho pediu “espírito reformista”. Sem ex-líderes socialistas a seu lado, secretário-geral do PS, diz que “fica clara” a natureza do PSD.
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As “questões laterais”, nomeadamente o almoço na sede do PSD que juntou o atual líder do PSD e antecessores, levaram Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS, a questionar: “Estou sozinho porquê? Não, o PS está todo unido.” E, confessou, “até agradece” que antigos líderes sociais-democratas, como Pedro Passos Coelho, apareçam na corrida eleitoral. Porquê? “Fica mais claro o que é a natureza do PSD nesta campanha.”

Em causa estava o almoço que, esta terça-feira, juntou à mesa Luís Montenegro, atual líder do PSD, com alguns dos seus antecessores (só Rui Machete, Francisco Pinto Balsemão, por motivos de saúde, e Durão Barroso, por estar fora do país, e Marcelo Rebelo de Sousa não estiveram presentes), por ocasião dos 51 anos do partido. À chegada à sede social-democrata, em Lisboa, Pedro Passos Coelho entrou na campanha para as legislativas de 18 de maio, garantindo não querer interferir, mas fez uma “breve reflexão”. Utilizando as palavras de Montenegro - que tem apelado à estabilidade para poder governar - o ex-primeiro-ministro considerou que isso não basta. Faz falta, isso sim, continuar a “tradição reformista em Portugal” a que o PSD tem de fazer “jus”. Ainda mais em tempos de “grandes incertezas”, que acentuam “reformas importantes que o país ainda precisa de fazer para superar vulnerabilidades estruturais que ainda são manifestas”. É preciso “um espírito reformista que possa estar ao serviço dessa estabilidade”.

E deixou ainda uma crítica aos governos do PS: “Em anos a fio, tivemos estabilidade que não esteve ao serviço de nenhuma agenda transformadora, e na verdade o país devia ter feito transformações e reformas em tempos mais favoráveis, como aqueles que vivemos.”

No encontro, esteve também Rui Rio, que deixou uma bicada ao Chega, dizendo que os partidos tradicionais “não falharam nestes 50 anos”. Essas décadas, disse, “não foram um falhanço. Portugal, em 2025, não tem comparação com o que era em 1974 e uma grande parte desse trabalho foi feito, naturalmente, pelo PSD, quer como Governo quer como oposição”, atirou, antes de deixar a convicção de que, agora, os sociais-democratas devem ter uma maioria: “Eu acredito, é o que dizem as sondagens.”

Ora, perante isto, Pedro Nuno Santos foi questionado sobre a ausência de ex-líderes socialistas na sua campanha. E justificou-as, no caso de António Costa e António Guterres, com o facto de o PS dar “grandes líderes ao mundo”. “A única dificuldade” que os socialistas têm é “o reconhecimento internacional dos líderes do PS”, atirou.

Na arruada que se seguiu a uma visita ao mercado de Leiria, Pedro Nuno Santos quis ainda afastar a ideia de que o PSD se terá reconciliado com os pensionsitas - algo que foi abordado diretamente no debate entre o líder do PS e o presidente do PSD. Essa reconciliação, disse, “não existe, e não é por acaso que Luís Montenegro fala do tema, porque sabe que não existe”.

Mais tarde, numa visita às oficinas do Museu Ferroviário da CP, no Entroncamento, Pedro Nuno Santos deixou a garantia de “diálogo” com todos os partidos no Parlamento. Tudo graças à “experiência” que ganhou ao estar “no centro das negociações” da geringonça. No entanto, agora, esse diálogo não se limita aos partidos de esquerda. “Falei da minha experiência governativa e falei de diálogo com todos os partidos”, garantiu. Mas para já a intenção é “dialogar com os portugueses” para que o resultado seja “o melhor possível”, para que se possa depois “dialogar com os grupos parlamentares para se encontrar uma situação de estabilidade de Portugal”. Até porque essa solução, passa pela saída do primeiro-ministro, segundo Pedro Nuno Santos: “Para termos estabilidade, não podemos ter Luís Montenegro à frente do Governo.”

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