Eurico Brilhante Dias, líder parlamentar do PS.
Eurico Brilhante Dias, líder parlamentar do PS. MANUEL DE ALMEIDA/LUSA

Brilhante Dias do PS antecipa “cena eleitoralista” do Governo com entrega do OE2026 em véspera de autárquicas

Líder parlamentar do PS considera “pouco provável” negociações com Governo sobre proposta de Orçamento do Estado, que terá de ser entregue até 10 de outubro, dois dias antes das eleições autárquicas.
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O líder parlamentar do PS remete uma posição do partido sobre o próximo Orçamento do Estado para quando o Governo o entregar, em 10 de outubro, data para qual antecipa “mais uma cena eleitoralista”, dois dias antes das autárquicas.

“Não antecipo que o PS tenha muito a dizer sobre o processo orçamental sem conhecer o orçamento. Esperaremos o momento oportuno”, afirmou Eurico Brilhante Dias, em entrevista à agência Lusa, quando questionado sobre o Orçamento do Estado para 2026 (OE2026).

O dirigente do PS considera curioso que o Governo tenha marcado as autárquicas para dois dias depois da entrega do orçamento.

“Já tivemos a cena eleitoralista do aumento de pensões em setembro e agora estamos na forte expectativa de mais uma cena eleitoralista a 10 de outubro”, critica.

Remetendo para os órgãos do PS a decisão do partido, Brilhante Dias enfatiza que “a iniciativa orçamental é do Governo” e que é preciso conhecer a proposta para tomar uma opção.

“A iniciativa é do Governo e até esse momento o PS não vai formular, não deve formular uma posição sobre o orçamento", afirma.

Questionado sobre se não haverá negociações prévias como aconteceu no ano passado entre Luís Montenegro e o ex-líder do PS Pedro Nuno Santos, Brilhante Dias escusa-se a responder diretamente e aponta que os socialistas falarão “sobre o orçamento quando o tema for o orçamento” porque o foco, neste momento, são as eleições autárquicas e preparar propostas alternativas em diferentes áreas.

Sobre o que fará o PS caso o Governo convide a sentar-se à mesa das negociações antes da entrega do OE2026, o líder parlamentar socialista considera “pouco provável” que isso aconteça tendo em conta a atitude do executivo.

“Sobre o orçamento não sabemos o que vai acontecer e, por isso, o PS vai pronunciar-se no momento oportuno, provavelmente, quando conhecer as linhas do orçamento”, insiste.

Eurico Brilhante Dias volta a liderar a bancada parlamentar do PS numa situação muito diferente daquela que encontrou quando ocupou este mesmo lugar durante a maioria absoluta de António Costa, estando agora o partido reduzido a menos de metade dos deputados que tinha então.

Sobre os maus resultados eleitorais nas legislativas de 18 de maio, recusa a ideia de uma responsabilidade unipessoal de Pedro Nuno Santos e considera que “é uma responsabilidade do coletivo do PS”.

“Eu apoiei o secretário-geral na sua decisão e fiz campanha ao lado dele para termos o melhor resultado possível. Não entrarei na lógica da culpa de um homem, num determinado momento. Pedro Nuno Santos não merece isso”, enfatiza.

Sobre um eventual incómodo de ter o ex-líder do PS na bancada, o dirigente socialista responde, “meio a brincar, meio a sério”, que Pedro Nuno Santos é talvez o deputado do PS “que mais merece estar no Parlamento”.

“Foi seguramente aquele que durante mais dias e de forma mais empenhada lutou para que pudéssemos ter o melhor resultado possível e para ser eleito. E por isso o Pedro Nuno é bem-vindo à bancada, está na bancada, contamos com ele sem acrimónias”, assegura.

Já sobre a polémica que envolve a demolição de barracas em Loures, câmara liderada pelo socialista Ricardo Leão, Brilhante Dias foi questionado sobre a posição do candidato presidencial e ex-secretário-geral do PS, António José Seguro, de que decisões como estas precisam de ser tomadas “com a cabeça, mas executadas com o coração”.

“É muito difícil estar a criticar o Ricardo Leão e dizer que ele não tem coração. O Ricardo Leão tem coração”, defende.

Na opinião de Brilhante Dias, que aponta o dedo ao Governo na falta de respostas nesta matéria, “é uma situação particularmente dura, mas só no PS é que este assunto seria discutido assim”.

“Porque é uma realidade social muito difícil, para o qual os socialistas pedem soluções mais do que de derrubar barracas. Procuram soluções que sejam socialmente justas. E é por isso que é tão bom ser do PS”, observa.

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