O anúncio de André Ventura aumenta para nove os candidatos às eleições presidenciais e deixa o recorde, em democracia, estabelecido em 2016, à beira de ser batido. Nessa altura, Marcelo Rebelo de Sousa venceu nove opositores. É um recorde que está a prazo, nitidamente, porque estão nove independentes (André Pestana, Raul Perestrello, Angela Maryah, Bruno Morgado, Pedro Tinoco de Faria, Vitorino Silva, Orlando Cruz, Aristides Teixeira e José Cardoso) anunciados como protocandidatos e, no Parlamento, PAN, CDS-PP, JPP e Livre não têm a escolha definida. Já é inegável que nunca existiram tantos candidatos com um partido a apoiá-lo, tanto que nenhum tem ainda duas forças políticas a seu lado. António Filipe é escolha do PCP, Catarina Martins será apoiada pelo Bloco de Esquerda, do qual foi coordenadora, Luís Marques Mendes tem o PSD do seu lado, Cotrim de Figueiredo, como ex-presidente, reúne consenso na Iniciativa Liberal, e André Ventura junta-se agora ao elenco, com todo o partido Chega a vangloriá-lo para a corrida a Belém. Juntam-se os apoios de forças partidárias fora do parlamento: do ADN a Joana Amaral Dias; Manuela Magno, que avança pela segunda vez a Belém como independente, tem o Volt como partido indissociável.Um recorde de representação política que será aumentado. O PS ainda não declarou apoio público a António José Seguro, mas o ex-secretário-geral reúne várias estruturas regionais e será escolha, tudo indica, de José Luís Carneiro e partido depois das Autárquicas. Gouveia e Melo continua e deve mesmo ficar sem apoios partidários.O Livre guarda para depois das Autárquicas uma definição, esperando uma solução vinda da sociedade civil que já sabe ser difícil encontrar, embora possa levar a referendo António Filipe e Catarina Martins. Rui Tavares não tem plano de avançar, mas o partido vai fazer-se representar em eleições. Ao DN, Paulo Núncio, deputado e líder da bancada parlamentar do CDS-PP, disse que “não foi aberta a reunião sobre Presidenciais”, e informa que o acordo com o PSD para Governo “exclui acordo quanto às presidenciais”, logo não obriga ao apoio a Marques Mendes. O partido teve sempre posição nas Presidenciais e espera pela “consolidação de todo o quadro de candidatos”, e não exclui candidatura própria. O PAN, em nota oficial da porta-voz Inês Sousa Real, promete “debate próximo”. “É objetivo do partido apoiar um candidato ou uma candidata dentro do seu espetro político, o que não afasta o apoio a alguém do próprio partido”, escreveu. Filipe Sousa, deputado do JPP, reunirá com secretário-geral e presidente, mas admitiu que está em cima da mesa “apresentar uma candidatura própria.” Como tal, 2026 será ano de recordes a todos os níveis nas Presidenciais, sabendo sempre que podem haver candidaturas que abdicam em prol de outras. O partidarismo, porém, nunca esteve tão visível..André Ventura aponta objetivo de segunda volta contra "representante do espaço socialista" Gouveia e Melo .Presidenciais: 17 pré-candidatos e um espaço mais vazio à esquerda