A averiguação preventiva sobre o primeiro-ministro, Luís Montenegro, aberta devido ao caso Spinumviva não vai estar concluída antes das férias judiciais, que se iniciam já esta quarta-feira, dia 16 de julho. Ou seja: uma decisão (arquivamento ou abertura de um inquérito-crime) sobre os factos que têm estado a ser investigados pelo Ministério Público (e com a PJ a ter sido chamada para analisar os documentos) só chegará, no mínimo, no princípio do mês de setembro, como noticiou o Expresso há algumas semanas e que o DN confirmou agora.Mas também não há um prazo para serem conhecidas as conclusões da investigação, o que também não pressiona o Ministério Público.Isto apesar de o procurador-geral da República (PGR) ter dito numa entrevista à Rádio Observador, que, haver a abertura de um inquérito, “gostaria que fosse antes das férias judiciais”. Mas nessa data, 26 de junho, já admitia: “Não sei se é possível.”Na mesma entrevista, Amadeu Guerra referiu que já falou com o primeiro-ministro desde a abertura do inquérito, o PGR acrescentou que o governante “sabe os documentos” que enviou para o Departamento Central de Instrução e Ação Penal (DCIAP). Além disso, reiterou que pediu “brevidade e celeridade” na investigação e que “se houver fundamento para abrir um inquérito”, tal acontecerá.A averiguação preventiva a Luís Montenegro tem por base três queixas relacionadas com a empresa Spinumviva, da qual o primeiro-ministro foi titular (entretanto, passou essa responsabilidade aos filhos), e remete a março, tendo levado à queda do anterior Governo. Em causa está o facto de a empresa de consultoria ter como uma das suas atividades a compra e venda de imóveis, podendo beneficiar das mudanças na lei dos solos - isto além de ter uma alegada avença com o grupo Solverde, que gere casinos, e que pagaria à empresa 4500 euros / mês. Isto levou a empresa a divulgar a lista dos seus clientes, das atividades e dos trabalhadores. Isto juntando ao facto de Montenegro ter, alegadamente, vendido as quotas da sociedade à sua mulher, com quem é casado em comunhão de adquiridos.Depois de conhecidos todos estes contornos, o Partido Socialista tentou avançar com uma Comissão Parlamentar de Inquérito ao caso, com o Governo a dar entrada de uma moção de confiança (chumbada), levando à sua queda.Passado pouco tempo, Pedro Nuno Santos, ex-líder do PS teve também uma averiguação preventiva aberta contra si, devido à compra de dois imóveis. No entanto, esta investigação já foi arquivado pelo DCIAP. O despacho datado de 18 de junho, concluiu que nenhuma das suspeitas contra o ex-líder socialista tinha “o mínimo fundamento”..Amadeu Guerra chamou a PJ para a averiguação preventiva ao caso Spinumviva.Entidade para a Transparência pediu provas dos serviços da Spinumviva e Montenegro recorreu para o TC