Numa cerimónia que decorre na Voz do Operário, em Lisboa, o também professor de Direito terá de estar à altura das palavras que o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, lhe dirigiu, há duas semanas, quando o apresentou como a esperança do partido para suceder a Marcelo Rebelo de Sousa: “É o candidato agregador de todos os que se reveem na Constituição, o candidato da esperança para trabalhadores, democratas, patriotas, para homens, mulheres e jovens que lutam por um Portugal mais justo, soberano e desenvolvido”.António Filipe Gaião Rodrigues tem 62 anos, nasceu em Lisboa e tem dois filhos. Chegou à bancada do PCP na V Legislatura, em 1987, já com um currículo extenso dentro do partido, e aí se manteve durante 11 legislaturas. De acordo com uma nota curricular divulgada pelo PCP, “foi membro da União de Estudantes Comunistas entre 1975 e 1979”, tendo integrado a “JCP [Juventude Comunista Portuguesa] desde a sua fundação”, para além de ter feito parte da “Direcção Nacional e os organismos executivos entre 1985 e 1995”.Estudou na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa entre 1980 e 1985, mas traz consigo um currículo académico muito maior. É mestre em Ciência Política, Cidadania e Governação pela Universidade Lusófona (1999) e doutor em Direito Constitucional pela Universidade de Leiden (2013), confirma o PCP, acrescentando que “foi professor auxiliar convidado da Universidade Lusófona entre 2001 e 2012, da Universidade Europeia, entre 2012 e 2024, e do Departamento de Ciências Sociais, Políticas e do Território da Universidade de Aveiro. Foi membro do Conselho Geral do Instituto Politécnico de Santarém entre 2017 e 2021.”Foi agraciado com a Ordem do Mérito Civil de Espanha e com a Medalha da Defesa Nacional de 1.ª Classe em Portugal.No momento em que a sua candidatura foi anunciada, juntando-se a uma lista formal - excluindo os que ainda não oficializaram essa intenção - que neste momento integra Luís Marques Mendes, Henrique Gouveia Melo e António José Seguro, o líder do PCP afirmou que a candidatura de António Filipe aparece “num momento em que os democratas, os trabalhadores, o povo e a juventude precisam de uma candidatura ao seu serviço e que seja a voz dos seus anseios”.Há uma semana, o PCP anunciou a morte da sua mulher, Orlanda Rodrigues, descrevendo a antiga autarca de Loures como uma “mulher de convicções profundas, defensora dos valores de abril”, que “orientou toda sua vida para a construção de uma sociedade mais justa e fraterna”.