Até aqui, 16 personalidades avançaram verbal e publicamente com a intenção de serem candidatas presidenciais. Ainda assim, a incerteza é muita, uma vez que, destas, apenas quatro têm apoio partidário. Luís Marques Mendes, pelo PSD, António Filipe, pela CDU, José Cardoso, pelo Partido Liberal Social, e Joana Amaral Dias, pelo ADN. António José Seguro, ainda independente, mas, previsivelmente, apoiado pelo PS, não reúne consenso à esquerda. Nesse sentido, o Bloco de Esquerda tem tido as principais figuras a vincar ser necessário uma candidatura polarizadora das vontades dos partidos de esquerda, colocando Sampaio da Nóvoa, que continua sem definir se será ou não candidato presidencial, como nome preferido.Contudo, tal como o Diário de Notícias escreveu na semana passada há elementos do Bloco que validam o nome de António Filipe. Pedro Soares, uma das vozes dissonantes da coordenação de Mariana Mortágua e restante Comissão Política, disse que se “o objetivo do Bloco é unir a esquerda, António Filipe é uma hipótese” e que o nome “deveria ser ponderado, embora saiba que é difícil todos concordarem comigo.”Ao DN, António Filipe, com um lastro enorme no PCP, com experiência acumulada na função de deputado e em negociações com outros partidos, abre a porta a que forças políticas distintas se aliem à sua candidatura. “Vejo com agrado todos os apoios que possa vir a ter. Congratulo-me com o facto de vários partidos reconhecerem a candidatura e as minhas condições para ser Presidente da República. Cada partido decidirá o apoio que me quererá dar, mas não me dirijo a eles”, salientou, considerando que, apesar da indissociabilidade do PCP, a corrida a Belém “transcende o quadro político”: “Fiz uma declaração com o que pretendo, a minha questão fundamental é a defesa da Constituição. É uma candidatura que defende os valores de Abril. Não apelo a um partido o apoio, não me acho acima dos partidos, mas esta candidatura não é feita com base num quadro partidário. Sou membro do PCP, não escondo as minhas convicções, mas esta é uma candidatura unipessoal, a um órgão unipessoal.”O candidato apoiado pela CDU recorda ainda que, apesar de ser dado como independente, “António José Seguro foi líder de um partido [PS]”, crendo que os socialistas estarão ao lado do ex-secretário-geral.Nesta fase, Bloco de Esquerda e Livre estudam opções. Em setembro, poderão existir novidades vindas das reuniões magnas dos partidos. No caso do Bloco, não passa pela cabeça do partido não apoiar ou não se fazer representar por algum candidato. Não existem ainda movimentos internos para uma candidatura própria..Vozes internas no Bloco admitem António Filipe, mas Sampaio da Nóvoa é o preferido.Presidenciais: António Filipe diz-se capaz de unir democratas que não se conformam com direita no poder