André Ventura saiu da sala de conferências de imprensa do Chega sem responder a perguntas dos jornalistas.
André Ventura saiu da sala de conferências de imprensa do Chega sem responder a perguntas dos jornalistas.Foto: Reinaldo Rodrigues

André Ventura aponta objetivo de segunda volta contra "representante do espaço socialista" Gouveia e Melo

Líder do Chega justificou decisão com falta de alternativas "à altura das aspirações" do eleitorado. Numa declaração sem direito a perguntas, na qual citou Sá Carneiro e "culpou" Passos Coelho.
Publicado a
Atualizado a

O líder do Chega, André Ventura, confirmou que será candidato à Presidência da República pela segunda vez, tal como o DN tinha avançado. Numa declaração a jornalistas, na sede nacional do partido, disse esperar que as eleições presidenciais, cuja primeira volta deverá realizar-se a 18 de janeiro de 2026, sejam uma disputa entre a sua "candidatura anti-sistema" e o "representante do espaço socialista" Gouveia e Melo.

"Serei candidato às presidenciais de 2026 porque entendo que nestas circunstâncias não temos outra forma que não seja derrotar o sistema", disse André Ventura, para quem o Chega "não pode nem deve olhar o lado, ignorando os apoiantes e militantes, sem lhes dar voz", apesar de reconhecer que muitos o desaconselharam a envolver-se numa disputa eleitoral que admitiu ser arriscada.

O risco, que Ventura não chegou a esclarecer aos jornalistas, pois não respondeu a perguntas após terminar a declaração em que confirmou ser candidato presidencial pela segunda vez - em 2021, ainda deputado único, ficou por 11,50%, equivalentes a 496.773 votos -, tem a ver com a possibilidade de não conseguir ser um dos dois candidatos a passar a uma eventual segunda volta. Algo que, a suceder (uma segunda volta), acontecerá pela segunda vez na democracia portuguesa, que até agora só tem o precedente de 1986, quando Mário Soares reverteu as posições e suplantou Freitas do Amaral.

Recorrendo à célebre citação do fundador do seu ex-partido - "A política sem risco é uma chatice", disse Francisco Sá Carneiro -, André Ventura reiterou que não desejava ser candidato. Mas acabou por "falhar na tarefa" de encontrar um nome alternativo que "estivesse à altura das aspirações" do eleitorado do Chega. E com "reais hipóteses de vencer", como seria o caso do ex-presidente do PSD e ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho.

Para a decisão de avançar com "a candidatura que represente o espaço da direita anticorrupção e anti-imigração, sem confusão com os políticos que toda a vida defenderam o contrário e agora se pretendem apropriar do nosso espaço político", como escreveu numa carta enviada ao seu grupo parlamentar, no início deste ano, contribuíram factores como o apoio dos principais candidatos já assumidos (Gouveia e Melo, Marques Mendes e António José Seguro) ao veto de Marcelo Rebelo de Sousa à Lei da Nacionalidade, após várias normas terem sido chumabadas pelo Tribunal Constitucional.

(em atualização)

André Ventura saiu da sala de conferências de imprensa do Chega sem responder a perguntas dos jornalistas.
André Ventura vai anunciar candidatura à Presidência da República

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt