Ana Sofia Antunes
Ana Sofia AntunesReinaldo Rodrigues/Global Imagens

Deputada do PS acusa Filipe Melo, Pedro Frazão e Rita Matias (Chega) de insultos "permanentes" na AR

Ana Sofia Antunes, que é cega, afirmou que o presidente da AR “faz o que pode”, mas “deveria fazer mais”. "Aberração", "devias estar numa esquina" e "drogada" foram alguns dos insultos.
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A deputada socialista Ana Sofia Antunes, que é cega, diz que há deputados do Chega que “são permanentes” a proferir insultos, tendo dado como exemplos os casos de Filipe Melo, Pedro Frazão e Rita Matias.

A antiga secretária de Estado da Inclusão afirmou, em entrevista à Edição da Noite da SIC Notícias, que é possível regular a falta de educação, como o “impedimento de intervir em determinados plenários”.

Ana Sofia Antunes frisou que o presidente da Assembleia da República, Aguiar-Branco, “faz o que pode”, mas “deveria fazer mais”.

A deputa puxou ainda a cassete atrás e recordou o incidente desta quinta-feira no parlamento. “Entendi formular uma pergunta. E na resposta a essa pergunta, a deputada [Diva Ribeiro, do Chega] disse que eu só conseguia fazer intervenções com questões relacionadas com deficiência. Depois houve os apartes, uma coisa que é permanente no parlamento. Todas as bancadas ouviram. ‘Aberração’, ‘drogada’, ‘devias estar numa esquina’ e outras expressões que não me recordo. Toda a gente sabe que não foi a primeira vez. Durante muito tempo toda a gente achou que ignorar ou não dar importância era a melhor forma de reduzir essas pessoas à sua verdadeira dimensão. Não resultou. Ontem, infelizmente, foi comigo, e tocou no fundo”, vincou.

Ana Sofia Antunes disse ainda ser “falso” o que Diva Ribeiro afirmou: “Foi a minha intervenção em onze meses, porque tenho procurado recato sobre matérias em que estive envolvida como governante.”

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Na sessão plenária de quinta-feira, a deputada do Chega Diva Ribeiro acusou a socialista Ana Sofia Antunes, ex-secretária de Estado da Inclusão e que é cega, de só conseguir "intervir em assuntos que, infelizmente, envolvem deficiência".

O debate, que foi motivado por um projeto de lei do PS que propõe a criação de um regime jurídico dos estudantes com necessidades educativas específicas no ensino superior, ficou marcado por insultos da bancada do Chega após a intervenção de Diva Ribeiro.

A declaração motivou um pedido de defesa da honra da bancada parlamentar do PS, com Marina Gonçalves a acusar Diva Ribeiro de desrespeitar "o trabalho sério" dos deputados socialistas que falam "por igual sobre qualquer tema", e mereceu críticas de outros partidos.

Joana Mortágua, do BE, relatou ainda "ofensas por parte da bancada parlamentar do Chega" dirigidas a Ana Sofia Antunes quando os microfones estavam desligados, acusação corroborada pelo líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, que considerou inaceitáveis os comentários, "muito mais do que o que se continua a dizer - que é demais e pouco dignificante - com o microfone aberto".

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