O Partido Socialista e a CDU tiveram variadíssimos embates autárquicos em outubro, mas formalizaram um acordo de governação para a Câmara de Almada para o mandato de 2025-2029, garantindo, à partida, uma solução de governabilidade mais confortável para Inês de Medeiros. Recorde-se que o PS venceu as eleições autárquicas com 29% dos votos, elegendo quatro vereadores. A CDU ficou em segundo lugar, com 20,6%, garantindo três lugares no executivo, podendo, por isso, ser força de bloqueio. Ainda assim, houve entendimento, como é anunciado pelo Partido Comunista Português, que candidatara Luís Palma à presidência. Há oito anos que a CDU não estava no Executivo municipal e, desta feita, terá três vereadores: dois a tempo inteiro e um a meio tempo. Segundo o acordo, fechado na segunda-feira, dia 17 de novembro, a CDU ficará responsável pela condução executiva dos pelouros de Higiene Urbana e Frota; Intervenção Social e Saúde; e Movimento Associativo e Casa das Associações. Além disso, os comunistas vão assumir a presidência dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS), cuja administração passará a integrar um vogal indicado pelo PS e um segundo vogal nomeado por mútuo acordo entre as duas forças políticas. A questão dos serviços municipalizados de água foi tema quente na campanha eleitoral.A prioridade do PS, sabe o DN, alterou-se para o terceiro e último mandato de Inês de Medeiros. Como o PSD e o Chega alcançaram dois vereadores cada, teria de ser consolidada uma negociação a três partidos e os socialistas entenderam que os acordos poderiam ficar dificultados. A predisposição dos comunistas e de Luís Palma, nomeadamente, foi determinante. Ao jornal digital Almadense, Paulo Sabino, presidente da concelhia do PSD, deixou claro que o partido preferiu manter "coerência" e depois de chumbar o orçamento de 2025 preferiu não se associar, como fizera nos dois mandatos anteriores ao PS. O eurodeputado Hélder Sousa Silva, cabeça de lista do PSD à Câmara Municipal de Almada nas últimas eleições autárquicas, já tinha declarado que não iria ser vereador no Executivo, alegando incompatibilidade entre funções autárquicas e o Parlamento Europeu. Esta terça-feira, dia 18, a Iniciativa Liberal reagiu com insatisfação à negociação. Considerou que o PS entregou áreas "essenciais", nomeadamente Higiene Urbana, Intervenção Social, Saúde e, em particular, "a presidência dos SMAS – uma das estruturas mais importantes do município". Para a IL, esta distribuição representa “uma cedência significativa do PS Almada, que compromete a independência da gestão municipal e devolve à CDU Almada um poder que os almadenses não lhe atribuíram nas urnas". Acrescentou em comunicação disponibilizada nas redes sociais que apesar de o acordo ser "institucionalmente legítimo”, se torna “um desrespeito ao eleitor almadense". "Nunca foi colocada esta hipótese durante a passada campanha eleitoral", advoga a IL..Inês de Medeiros conquista Almada. CDU perde autarquia "histórica".Barracas em Almada e Imigração são armas de arremesso autárquico