Alexandra Leitão desceu do Largo do Chiado ao Rossio com líderes partidários como José Luís Carneiro, Carlos César, Rui Tavares, Isabel Mendes Lopes, Inês de Sousa Real e Mariana Mortágua.
Alexandra Leitão desceu do Largo do Chiado ao Rossio com líderes partidários como José Luís Carneiro, Carlos César, Rui Tavares, Isabel Mendes Lopes, Inês de Sousa Real e Mariana Mortágua.Foto: Gerardo Santos

Autárquicas 2025. Alexandra Leitão termina com desafio a uma Rua do Carmo cheia de gente: "Uma mulher à presidência! Pode ser?

Candidata socialista contou com líderes dos quatro partidos que a apoiam numa arruada que encheu a Baixa. E pediu que todos vão votar no domingo, evitando "quatro anos de mais do mesmo ou pior".
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A cabeça de lista da coligação Viver Lisboa, Alexandra Leitão, terminou a arruada com que encerrou a campanha para as eleições autárquicas deste domingo, 12 de outubro, apelando aos eleitores inclinados para a abstenção que não contribuam para que acordem na segunda-feira seguinte com uma governação da cidade "que é mais do mesmo ou ainda pior".

Nesse sentido, apesar de não ter apelado diretamente ao voto útil do eleitorado comunista, na sua intervenção final, proferida num palanque à entrada do Rossio, de onde podia avistar a Rua do Carmo repleta, com cerca de dois mil apoiantes, Alexandra Leitão insistiu num ataque a um dos três partidos que integram a coligação Por Ti, Lisboa, que procura reeleger Carlos Moedas para um segundo mandato à frente da Câmara de Lisboa. "Não podemos acordar, no dia 13, para uma governação com a Iniciativa Liberal, que quer mandar embora trabalhadores, que quer privatizar os transportes públicos, que quer negociar especulativamente para tirar ainda mais habitação da cidade. Lisboa não merece isso, os lisboetas não merecem", disse a candidata.

Muitas vezes acusada por Carlos Moedas de se aliar à "extrema-esquerda mais radical", a cabeça de lista da Viver Lisboa contou com todos os líderes dos partidos que a apoiam na arruada, que desceu do Largo do Chiado até à entrada do Rossio. Com o secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, e o presidente do partido, Carlos César, notoriamente na fila da frente, mas com os co-porta-vozes do Livre, Rui Tavares e Isabel Mendes Lopes, e a congénere do PAN, Inês de Sousa Real, quase sempre mais próximos de si do que a coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua.

A possibilidade de a presença do Bloco de Esquerda na coligação poder prejudicar as hipóteses de vitória em Lisboa acabou por ser abordada implicitamente pela cabeça de lista da Viver Lisboa. "Precisamos dos votos de todos", disse a quem a foi ali apoiar, mas sobretudo a quem assistia através dos meios de comunicação social, dirigindo-se aos "que pensam que é melhor ficar em casa porque não gostam deste ou daquele".

Muito aplaudida por cerca de dois mil apoiantes, Alexandra Leitão terminaria o seu curto discurso, que foi o único no encerramento, por iniciativa dos líderes partidários, em registo feminista. "Mulheres de Lisboa, uma mulher na presidência! Pode ser?", perguntou, recebendo sonoros sinais de que os presentes encaravam com bons olhos a substituição de Moedas por alguém que promete cuidar da cidade "como se cuida de uma casa ou como se cuida de uma família".

No início da arruada, ao som de música digna dos filmes de Emir Kusturica e de palavras de ordem como "Lisboa vai votar, e a Alexandra vai ganhar", a candidata garantiu sentir "uma grande confiança" quanto às perspetivas de vitória. Algo que significaria o retomar do ciclo de governação socialista da capital, por parte de António Costa e de Fernando Medina, quebrado surpreendentemente em 2021, com a vitória do ex-comissário europeu Carlos Moedas, cuja coligação Novos Tempos juntou PSD, CDS, PPM, MPT e Aliança.

Na ação de campanha participaram ainda o socialista André Caldas, cabeça de lista da Viver Lisboa à Assembleia Municipal de Lisboa; o líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho; a antiga presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, Helena Roseta; e o fundador do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã.

Alexandra Leitão desceu do Largo do Chiado ao Rossio com líderes partidários como José Luís Carneiro, Carlos César, Rui Tavares, Isabel Mendes Lopes, Inês de Sousa Real e Mariana Mortágua.
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