O Trabalhadores Unidos (TU), o novo partido de Renata Cambra (ex-Movimento Alternativa Socialista), está na reta final do processo de legalização, mas ainda terá de fazer alterações nos estatutos, depois de um parecer do Ministério Público ter apontado, entre outras coisas, que “a qualificação das infrações” internas aplicáveis “é feita por recurso a um critério vago e indeterminado” e não distingue infração “grave” de “muito grave”. Entre tudo isto, Renata Cambra, ao DN, promete que o TU será um partido de “esquerda combativa e independente” e será uma alternativa ao PCP e ao BE, que, critica, têm configurado uma “aproximação” ao PS, que, por seu turno, “é responsável pelas políticas que têm levado à destruição dos serviços públicos, à privatização de setores estratégicos, à degradação das condições de vida, à crise da habitação”, junto com o PSD.Por agora, a fundadora do TU explica que “o principal é garantir a legalização do partido e dinamizar atividades”, com o objetivo de o mostrar às pessoas.“Nós estamos a passar agora por uma fase de consolidação”, descreve, antes de sublinhar a estratégia de tentar que as pessoas encarem o TU como “uma organização nova”.Em relação às Eleições Autárquicas deste ano, Renata Cambra não as encara como uma ambição, até porque, explica, “as listas têm que ser apresentadas com antecedência” e, só para concorrer a Lisboa, o número de assinaturas recolhidas seria muito semelhante ao número de assinaturas que agora o Tribunal Constitucional (TC) já aceitou só para o processo de legalização do partido.E para legalizar o partido, procedendo às alterações nos estatutos, tal como o Ministério Público exige, o TU terá dez dias para as concluir. Ainda assim, o partido não será legal tão cedo, porque começam hoje as férias judiciais.“Mesmo que nós agora cumpramos - que vamos cumprir - os dez dias, não teremos resposta até setembro ou outubro”, diz a fundadora do TU.Em relação à ideologia do TU, Renata Cambra rejeita o rótulo de “ultra esquerdista”, mas com uma prescrição para o que este novo partido à esquerda deve ser: “Deve ter como um dos seus princípios a independência dos partidos que nos têm governado, que é uma coisa que a esquerda não está disposta a fazer”, explica, além ter “democracia interna”.“O Bloco e o PCP têm cada vez mais fechado espaços de democracia interna”, critica, enquanto revela este desígnio como um “dos fatores fundamentais” do TU.“Faz falta haver uma esquerda que tenha essa perspetiva combativa”, principalmente para combater o atual Governo, do PSD, considera, por estar “a levar a cabo ataques, até de forma mais agressiva, por exemplo no que toca à imigração e aos direitos das mulheres”..Tribunal da Relação confirma pena de dois anos e 10 meses de prisão efetiva a Mário Machado