Tiago Mayan foi um dos principais apoiantes de Carla Castro na convenção em que Rui Rocha foi eleito presidente do partido.
Tiago Mayan foi um dos principais apoiantes de Carla Castro na convenção em que Rui Rocha foi eleito presidente do partido.António Cotrim / Lusa

Tiago Mayan posiciona-se para disputar liderança com Rui Rocha

Ex-candidato presidencial lança manifesto Unidos pelo Liberalismo na segunda-feira. Rodeado de “pessoas que representam todo o partido”, diz-se preocupado com o futuro. Partido vai a votos numa convenção realizada após eleições madeirenses e europeias.
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O ex-candidato presidencial Tiago Mayan vai lançar na próxima segunda-feira, num hotel de Lisboa, o manifesto Unidos pelo Liberalismo, que está a ser visto dentro da Iniciativa Liberal como a rampa de lançamento para a sua candidatura à liderança do partido. Adiada devido à antecipação das eleições legislativas, a convenção do partido está marcada para 5, 6 e 7 de julho, no Europarque, em Santa Maria da Feira, com o atual presidente, Rui Rocha, a apresentar-se a votos em busca da reeleição para o segundo mandato.

Em declarações ao DN, Tiago Mayan, atual presidente da União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde, eleito nas listas do movimento do presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, não confirmou que esteja em causa a sua candidatura à liderança do partido. Mas deixou claro que o grupo de pessoas que subscrevem o manifesto Unidos pelo Liberalismo, juntando “pessoas que representam todo partido”, têm uma visão acerca do que o partido é neste momento, mas “sobretudo do futuro” da Iniciativa Liberal.

As críticas em relação à liderança de Rui Rocha, e ao que muitos críticos consideram ser o encerramento do partido em torno do grupo parlamentar, têm sido recorrentes, mas a desfiliação de figuras como a até agora deputada Carla Castro, ou o também ex-candidato à liderança José Cardoso, levou a que todas as atenções se virassem para o fundador do partido que ganhou notoriedade enquanto candidato à Presidência da República.

O texto final do manifesto Unidos pelo Liberalismo ainda está a ser ultimado, bem como a confirmação dos subscritores, mas neste momento é certo que a apresentação irá juntar em Lisboa a oposição interna e outros desalinhados com a liderança de Rui Rocha.

A Convenção da Iniciativa Liberal deveria ter ocorrido no início de dezembro, mas a antecipação das eleições legislativas fez com que fosse adiada. Ficou marcada para 5, 6 e 7 de julho, quando o partido tiver enfrentado mais dois testes eleitorais. Um deles também inesperado, pois o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, convocou eleições antecipadas para a Assembleia Regional da Madeira, a 26 de maio, cabendo ao partido manter, pelo menos, o deputado que detém. Mas o maior desafio reside nas eleições europeias de 9 de junho, nas quais o partido conta entrar pela primeira vez para o Parlamento Europeu. O cabeça de lista é o ex-presidente, João Cotrim de Figueiredo, e as expectativas da liderança são elevadas.

Apesar de os atuais responsáveis do partido destacarem que a Iniciativa Liberal ganhou eleitores nas últimas legislativas, passando de 273.399 para 319.685 votos, a oposição realça que a progressão percentual foi extremamente reduzida (somente 0,03 pontos percentuais, para 4,94%). E que manter os oito deputados da anterior legislatura não esconde o recuo no círculo de Lisboa, onde a saída de Cotrim de Figueiredo e de Carla Castro, se traduziu na perda de um mandato de deputado, compensado pela eleição do cabeça de lista de Aveiro, Mário Amorim Lopes. 

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