Santos Silva recusa comentar avanço de Marques Mendes a Belém

Em Ponte da Barca, onde participa na escola de verão da representação da Comissão Europeia em Portugal, Augusto Santos Silva falou ainda sobre a habitação, que considerou "uma das questões mais graves com que os Estados-membros se confrontam".
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Sem "nada a dizer sobre esse assunto". Foi assim que, este sábado, Augusto Santos Silva, presidente da Assembleia da República, abordou a possível candidatura de Luís Marques Mendes a Belém. Falando à chegada a Ponte da Barca, onde está para discursar no Summer CEmp, a escola de verão da representação da Comissão Europeia em Portugal, Santos Silva deixou ainda uma ressalva: "Só me limito a recordar que as próximas eleições presidenciais são em janeiro de 2026 e estamos em setembro de 2023."

Intervindo numa sessão no último dia de Summer CEmp, Augusto Santos Silva foi também questionado sobre a habitação, uma das preocupações que os jovens têm expressado no evento (que se iniciou quarta-feira). Sobre o tema, considerou que esta "é provavelmente uma das questões mais graves com que os Estados-membros se confrontam", acrescentando que o problema "tem uma incidência particularmente grave entre os jovens".

As declarações surgem um dia depois de o Governo ter enviado uma carta com prioridades à Comissão Europeia -- e onde incluiu a habitação como uma das questões mais urgentes. Também na sexta-feira (e noutra sessão do Summer CEmp), Mariana Vieira da Silva, ministra da Presidência considerou que o problema da habitação não tem "uma solução única".

Já este sábado, Santos Silva lembrou que "vários Estados" têm desenvolvido "políticas públicas para procurar minorar a gravidade das questões da habitação". Referiu depois as propostas e as medidas aprovadas pelo Parlamento neste campo, fazendo referência, também, ao veto presidencial ao pacote Mais Habitação, que será reapreciado no início da próxima sessão legislativa (que se iniciará este mês).

Por outro lado, Augusto Santos Silva recusou-se, também, a comentar a eventual referência de António Costa, no Conselho de Estado, sobre uma putativa alteração às regras de buscas aos partidos. Lembrando que "o Conselho de Estado é um órgão consultivo do Presidente da República", Augusto Santos Silva rejeitou qualquer abertura para comentar o assunto: "Uma das coisas que fiz quando tomei posse como membro do Conselho foi jurar sigilo. Por isso, não vou comentar nada do que se passa nas reuniões."

Estando no local para falar num evento sobre a Europa, Santos Silva considera que esta é uma altura "especialmente decisiva para a União Europeia (UE)", visto que as Europeias acontecem daqui a menos de um ano. O desejo do presidente da Assembleia da República é que a UE esteja "envolvida na defesa da sua paz e segurança, envolvida no apoio à Ucrânia". "É nessa fronteira que, hoje, se joga o essencial da segurança na Europa e na defesa dos valores europeus", considerou.

Além disso, o ex-ministro desejou ainda que a UE seja "capaz de cumprir o tratado que a constituiu, designadamente o seu artigo 2.º, onde é estabelecido que a União é fundada nos valores da democracia, do Estado de Direito e do humanismo".

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