Rui Tavares apela à união da esquerda contra "ataques à democracia"
Foi por entre saudações que Rui Tavares foi ontem recebido na Faculdade de Direito de Lisboa. "Rui! Olha o Rui!", ouvia-se ali ao lado. À chegada ao local, por entre vários olhares curiosos, o cabeça de lista do Livre por Lisboa foi discreto. Falou aos jornalistas e, após cinco minutos, foi votar.
Antes de se deslocar à secção de voto número 50, Rui Tavares considerou que "é importante defendermos a democracia contra ataques ao estado de direito, contra ataques à pluralidade da nossa sociedade", concluindo que "é sempre uma alegria cumprir o dever cívico".
Depois de uma visita à Serra de Carnaxide, em Lisboa, na parte da manhã, o fundador do Livre votou ao início da tarde. Aos jornalistas, disse que o partido vai apelar ao voto durante a próxima semana, a última de campanha antes das eleições de dia 30. De manhã, já tinha considerado: "Um voto no Livre em qualquer distrito é um voto útil, um voto construtivo".
Apesar da afluência que se verificava na Cidade Universitária, houve algumas falhas pontuais na organização pois das 80 pessoas escaladas para as mesas de voto da reitoria 12 acabaram por faltar, segundo a informação prestada por volta das 13.30, hora a que Rui Tavares foi votar.
Com a segunda semana de campanha prestes a arrancar, o candidato do Livre apelava à calma dos eleitores: "Claro que vão ser dias muito tumultuosos, claro que vão existir casos e as sondagens podem enervar as pessoas. É preciso manter nervos de aço nestes últimos dias."
Relativamente à estratégia para a última semana de campanha, Rui Tavares referiu que a tática do Livre vai passar por "falar com bom senso aos nossos concidadãos", acreditando que o primeiro instinto das pessoas "é favorecer quem ajudou à democracia, quem honrou e elevou o debate político."
Quando questionado sobre as eventuais divergências entre os partidos de esquerda, o líder do Livre apelou à união entre as partes, lembrando que "quando a esquerda mostra vontade de convergência, o eleitorado de esquerda sente-se mobilizado, com mais vontade de ir votar". Rui Tavares lembrou ainda que "desde o início que o Livre diz que é preciso trazer mais conteúdo para o debate e ter propostas e soluções para o futuro" do país. "É bom que os outros partidos vão percebendo que o caminho que estavam a fazer era errado, e espero que isso também seja porque a nossa mensagem tem passado", concluiu.
À saída Rui Tavares foi interpelado por mais cidadãos que ali estavam para votar. Dos mais novos aos mais velhos, quase todos reconheceram o líder partidário, com maiores ou menores manifestações de curiosidade.
Texto de Rui Miguel Godinho
Editado por Pedro Sequeira