Rio disponível para adiar eleições e apoia medidas para travar covid
Rui Rio admitiu esta possibilidade no final de uma audiência com o primeiro-ministro, António Costa, em São Bento, depois de questionado pelos jornalistas sobre as condições para a realização das eleições presidenciais no próximo dia 24, com o país numa situação de confinamento quase geral por causa da epidemia de covid-19.
O líder social-democrata começou por observar que há uma grande probabilidade de os portugueses estarem sujeitos a um confinamento no próximo dia 24, tendo então de existir nesse domingo "uma exceção para as pessoas poderem sair para votar".
"Se entre os candidatos houver unanimidade de que, independentemente destas circunstâncias, se sentem confortáveis para haver eleições, não tenho nada a dizer. Mas, se houver candidatos que entendem que não podem fazer campanha eleitoral minimamente e, ainda por cima, no dia das eleições há confinamento, então, naturalmente, caso essa questão seja levantada, o PSD estará disponível em sede de Assembleia da República para procurar encontrar um consenso no sentido do adiamento", afirmou Rui Rio.
Rui Rio frisou em seguida que não será o PSD a levantar essa questão do eventual adiamento das eleições presidenciais, "mas se os candidatos assim o sentirem pode-se ver" a questão.
"Há constrangimentos constitucionais pesados, eu sei. Mas, havendo consenso e bom senso, obviamente, tudo se resolve", alegou.
Perante os jornalistas, o líder social-democrata disse igualmente apoiar medidas mais drásticas contra a pandemia do covid-19. E disse apoiar medidas a um confinamento em moldes idênticos ao que vigorou em abril passado, mas com a manutenção das escolas abertas.
"O número de casos de infetados e de mortos têm atingido recordes. Isso aponta para medidas mais drásticas para travar a pandemia. Se os números estiverem assim nos próximos dias, num patamar de dez mil infetados, teremos de travar os contactos entre as pessoas e, portanto, teremos provavelmente no país um confinamento muito mais apertado", referiu o presidente do PSD.
Nesse sentido, Rui Rio frisou que o PSD, do ponto de vista político, "estará disponível para votar esse estado de emergência e para suportar também as medidas que defendem a saúde pública, com as atenuantes possíveis, tendo em vista o drama económico que representa fechar outra vez, fortemente o país por mais duas, três ou quatro semanas".