Rio com vantagem sobre Rangel no braço de ferro pelo PSD

Presidente do partido fica à frente do incumbente em todos os parâmetros avaliados. Quando se isola o resultado dos que votam nos sociais-democratas, a vitória é ainda mais robusta.
Publicado a
Atualizado a

Rui Rio é o candidato mais bem colocado nas eleições pela liderança do PSD, de acordo com uma sondagem da Aximage para o DN, JN e TSF. Num frente a frente com Paulo Rangel, vence em todos os capítulos. Quando se pergunta aos portugueses quem será o vencedor das diretas, o líder atual deixa o incumbente a 11 pontos percentuais. Se a análise afunilar para os eleitores sociais-democratas, a vantagem alarga-se para os 23 pontos.

A vitória é apenas virtual (a sondagem não antecipa como votarão os militantes). Mas não deixa de ser convincente. E demonstra pelo menos que, a cerca de um mês das diretas, em que será eleito o líder do partido e candidato a primeiro-ministro, é Rio quem está em vantagem, seja entre a opinião pública nacional, seja entre os que admitem votar no PSD nas eleições de 30 de janeiro. Aliás, a vantagem de Rio sobre Rangel é bastante maior quando está apenas em causa o segmento de eleitores sociais-democratas. E é assim em todos os parâmetros avaliados nesta sondagem.

Veja-se o resultado de outra das perguntas que se fizeram aos portugueses entre 28 e 31 de outubro, já depois do chumbo do Orçamento do Estado e de saber que isso conduziria a eleições antecipadas (mas ainda antes da formalização por parte do presidente da República): 38% dos inquiridos apontam Rui Rio como o "melhor líder para o PSD", 31% escolhem Paulo Rangel, 31% não têm opinião.

O atual presidente tem assim uma vantagem de sete pontos, que, no segmento mais restrito dos que votam social-democrata, se alarga para 17 pontos (54% para Rio; 37% para Rangel; com apenas 9% de indiferentes). A diferença entre os potenciais eleitores do PSD é a mesma quando a questão se coloca ao nível da confiança: 17 pontos, com vantagem para Rio (12 se tivermos em conta o total da amostra).

É verdade que, num total de sete perguntas e multiplicando pelos 22 segmentos em que se divide a amostra (regiões, género, grupos etários, classes sociais e voto partidário), Paulo Rangel consegue ficar à frente de Rui Rio em 21 situações (com destaque para os que habitam na Região Centro e os que admitem votar nos liberais). Sucede que o líder atual vence nos restantes 133 casos. E, mais importante ainda, dá uma "goleada" de 7-0 no que diz respeito aos que manifestam a intenção de votar no PSD a 30 de janeiro.

A generalidade dos portugueses não vota nas eleições do PSD, mas serão chamados a escolher o próximo primeiro-ministro de Portugal. E só há duas pessoas que podem, realisticamente, chegar a S. Bento: António Costa, do PS, e quem quer que venha a ser escolhido pelos militantes sociais-democratas. E é por isso que é relevante medir quatro atributos importantes em qualquer chefe de Governo: competência, solidariedade, influência e honestidade. Nesta altura do campeonato, é Rui Rio quem, de novo, obtém melhores resultados no teste.

No que diz respeito ao total da amostra, a sua maior vantagem sobre Paulo Rangel é na influência política (tem mais 17 pontos, 21 se estreitarmos a análise apenas aos potenciais eleitores sociais-democra- tas). Quando o que está em causa é a solidariedade/proximidade às pessoas, o líder atual tem 14 pontos de vantagem sobre o incumbente (27 no segmento partidário). A margem é mais estreita no que diz respeito à competência, seja quando se tem em conta o total da amostra (oito pontos), seja quando se destaca os que anunciam o voto no partido (19 pontos).

Um caso à parte é o da honestidade, atributo que, como já se tornou habitual, os portugueses revelam mais resistência em entregar aos políticos: 54% dos inquiridos resiste a revelar a sua opinião (um terço no caso dos eleitores do PSD). Ainda assim, e entre a metade que responde, Rui Rio tem uma vantagem de 16 pontos sobre Paulo Rangel (um fosso que se alarga para os 37 pontos quando estão apenas em causa os que anunciam o seu voto nos sociais-democratas).

FICHA TÉCNICA DA SONDAGEM

A sondagem foi realizada pela Aximage para o DN, TSF e JN com o objetivo de avaliar a opinião dos portugueses sobre temas relacionados com atualidade política. O trabalho de campo decorreu entre os dias 28 e 31 de outubro de 2021 e foram recolhidas 803 entrevistas entre maiores de 18 anos residentes em Portugal.

Foi feita uma amostragem por quotas, obtida através de uma matriz cruzando sexo, idade e região (NUTSII), a partir do universo conhecido, reequilibrada por género, grupo etário e escolaridade. Para uma amostra probabilística com 803 entrevistas o desvio padrão máximo de umaproporção é 0,017 (ou seja, uma "margem de erro" - a 95% - de 3,46%).

Responsabilidade do estudo: Aximage Comunicação e Imagem, Lda., sob a direção técnica de Ana Carla Basílio.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt