Pedro Nuno Santos e Costa na antestreia do filme "Soares é Fixe!"
Pedro Nuno Santos, António Costa e Fernando Medina estiveram esta quinta-feira à noite reunidos na mesma sala para ver um filme. Trata-se da transposição para o grande ecrã da corrida presidencial entre Mário Soares e Freitas do Amaral, que levaria o socialista a conquistar Belém pela primeira vez, em 1986.
A antestreia de Soares é Fixe!, no Grande Auditório do CCB, juntou o antigo e atual líder do PS, bem como o atual ministro das Finanças, além de outros membros da "família socialista", que não faltaram à chamada para ver a encenação daquela que foi, nas palavras de Costa, "a campanha mais renhida que o país teve".
Presentes também estiveram a (ainda) ministra da presidência Mariana Vieira da Silva, o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, e a deputada Jamila Madeira.
Pedro Nuno Santos, por seu lado, que chegou com o histórico socialista -- e agora presidente honorário do partido -- Manuel Alegre, lembrou que Mário Soares foi "o responsável pela adesão à CEE e diz que é uma figura do património do partido".
Já João Soares, filho do antigo presidente da República, lembrou que aquelas eleições foram "as mais disputadas de sempre e as mais emocionantes".
"Qualquer pessoa com mais de 50 anos se lembram destas eleições", completou João Soares.
O filme chega às salas de cinema no dia 22 de fevereiro e será transformado em série de televisão, tendo esta estreia agendada para abril. Tem a realização de Sérgio Graciano e descreve-se como uma interpretação livre mas historicamente informada da segunda volta das eleições presidenciais que, em 1986, opuseram Mário Soares a Diogo Freitas do Amaral. Foi mais do que uma corrida a Belém, foi uma batalha ideológica entre a esquerda e a direita.
O título Soares é Fixe! não se limita a lembrar o slogan da campanha de Mário Soares, mas a frase que acabaria por acompanhar o político ao longo de toda a sua vida. O responsável por essa campanha foi o realizador António Pedro Vasconcelos, que conseguiu aproximar o sufrágio da juventude, acompanhado pelo Rock da Liberdade, de Rui Veloso. Além disso, ainda habitam na memória coletiva os vários autocolantes, cartazes, bandeiras, emblemas desta campanha.
Na primeira volta destas eleições, ficariam pelo caminho Salgado Zenha e Maria de Lurdes Pintassilgo, os candidatos que não conseguiram acompanhar os resultados de Soares e de Freitas do Amaral. No final, Mário Soares ganhou e contou com o contributo dos votos do PCP, que apoiou a fação esquerda das eleições mais polarizadas de sempre.
Este filme surge na sequência de Salgueiro Maia - O Implicado (2022). Sérgio Graciano está ainda a preprar uma película sobre o líder histórico do PCP Álvaro Cunhal, intitulada Camarada Cunhal.
Com RSF