"Esta proposta não representa um avanço democrático, mas sim uma tentativa clara de retrocesso, voltando às maiorias absolutas que reinaram durante os últimos mais de 40 anos", disse a deputada e porta-voz do PAN na Madeira, Mónica Freitas, citada em comunicado..A parlamentar única na Assembleia Legislativa da Madeira opina que a mudança da lei para criar círculos eleitorais "serve unicamente os interesses dos grandes partidos como o próprio PSD e PS, promovendo a manutenção de um cenário que favorece apenas aqueles que já detêm uma posição dominante"..O PSD/Madeira vai aprovar hoje em comissão política regional uma proposta a enviar à Assembleia da República -- que tem de passar antes no parlamento regional -, para alterar a Lei Eleitoral e criar 11 círculos únicos, representativos dos concelhos da região, um de compensação e outro das comunidades emigrantes..Na opinião do PAN, "a manutenção do círculo único é a forma eficaz de garantir que diversas vozes, dos vários quadrantes políticos, estejam representadas no órgão máximo da Região"..No seu entender, este cenário tem sido "positivo" para a pluralidade de partidos na Assembleia Legislativa Regional, "algo que só ocorreu em setembro do ano passado e que permitiu uma discussão mais ampla de ideias e o fim das maiorias absolutas e da polarização"..Mónica Freitas defende que o "círculo único é o mais adequado para a realidade regional", argumentando ser "imperativo a aplicação da lei da paridade e a necessidade urgente de introduzir o voto antecipado e em mobilidade, como medidas de modernização e democratização do processo eleitora"..Contudo, acrescenta, deve haver "um modelo de representação dos municípios na Assembleia Legislativa, onde os 20 primeiros lugares da lista eleitoral deveriam incluir, obrigatoriamente, pelo menos um representante residente em cada um dos concelhos da região autónoma e elementos da diáspora"..A deputada refere que o sistema que o PSD vem agora propor "era o que estava em vigor até 2006 e que permitiu sucessivas maiorias absolutas e o asfixiamento dos partidos da oposição com menos representação".."O PAN não aceitará que o futuro da nossa região fique comprometido e limitado a determinados interesses, em detrimento da representatividade e diversidade que a sociedade precisa", vinca Mónica Freitas..A líder regional assegura que o partido vai continuar "a lutar por uma democracia mais transparente, participativa e inclusiva, colocando sempre os interesses das pessoas em primeiro lugar"..O parlamento da Madeira é constituído por 47 deputados, sendo 19 do PSD, 11 do PS, nove do JPP, quatro do Chega, dois do CDS-PP, tendo o PAN e a IL um representante cada..Pela primeira vez, o PSD não tem maioria absoluta parlamentar na Madeira.