Marcelo saiu à rua. E o bâton vermelho também

Ao sexto dia de campanha, Marcelo Rebelo de Sousa fez a primeira ação de rua como candidato. Twitter pôs bâton vermelho em protesto contra Ventura

Ao sexto dia de campanha, Marcelo Rebelo de Sousa saiu à rua para a primeira iniciativa pública como candidato presidencial. Uma visita a uma mercearia social em Lisboa, anunciada em cima da hora ("Desculpem lá, mas deu-me a ideia hoje, eu sou assim, sempre fui assim", diria aos jornalistas), um exemplo de "como todos dão as mãos para enfrentar o confinamento".

Aproveitando para agradecer aos mais de 200 mil portugueses que se inscreveram para votar já neste domingo - entre eles o próprio Marcelo, uma inscrição "preventiva", dado que irá votar a 24 de janeiro em Celorico -, o recandidato a Belém defendeu uma campanha pela positiva, que mostre o contraste entre as diferentes candidaturas, "sem ser uma coisa pessoalizada". Declarações em resposta a uma questão sobre a forma como o candidato André Ventura se tem dirigido aos adversários nesta campanha presidencial.

E foram essas declarações que esta sexta-feira pintaram de vermelho a rede social Twitter, depois de André Ventura se ter referido a Marisa Matias como uma candidata que "não está muito bem em termos de imagem", "sempre com os lábios muito vermelhos, como se fosse uma coisa de brincar". Não demorou muito até se multiplicarem no Twitter as imagens de lábios pintados de vermelho, com a hashtag #VermelhoemBelém a tornar-se uma das mais populares na rede social.

Um protesto que alastrou muito para lá dos apoiantes da candidata bloquista. Ana Gomes também se juntou logo pela manhã, publicando um pequeno vídeo a pôr bâton vermelho.

Outras candidaturas também não deixaram o assunto em branco, depois de Ventura visar igualmente Jerónimo de Sousa, João Ferreira, Ana Gomes e Marcelo Rebelo de Sousa. Tiago Mayan, candidato da Iniciativa Liberal, escreveu no Twitter: "Tudo farei para que o populismo e o extremismo sucumbam à moderação e à boa educação."

No que foi o primeiro dia com o país em confinamento, Ana Gomes foi até Matosinhos, sublinhando que faz questão de estar ao lado daqueles que "estão a trabalhar": "É minha obrigação estar junto dos portugueses, tanto os que estão em casa a confinar, como os que têm de estar a trabalhar."

Nesta sexta-feira Marisa Matias passou pela SOS Animal defendendo que "uma sociedade mais justa não pode deixar de lado o bem-estar animal", seguindo depois para as Caldas da Rainha, para assinalar a luta (ganha) dos precários do Centro Hospitalar do Oeste.

João Ferreira encontrou-se em Coimbra com profissionais de saúde, defendendo que o Presidente da República "não pode poupar esforços" na defesa do Serviço Nacional de Saúde e dos direitos laborais destes profissionais - "Não chega, como é muito justo que se faça numa altura destas, bater palmas."

Já Tiago Mayan Gonçalves fez mira ao governo, defendendo que as medidas de apoio à economia anunciadas pelo executivo "não são suficientes", mas "mais do mesmo" - medidas que "não estão a chegar aos empresários nem aos cidadãos". Vitorino Silva participou num fórum sobre a valorização do interior - "Tenho pena de estar em casa, mas o governo mandou o povo para casa" -, apontando o problema do envelhecimento de Trás-os-Montes, culpa "dos políticos" do "Terreiro do Paço" .

André Ventura só tem uma ação de campanha à noite, além de um almoço restrito.

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