João Ferreira diz que dá o melhor de si, mas deseja regresso de Jerónimo de Sousa

João Ferreira recordou que o PCP e a CDU não têm um único 'rosto', apesar de o de Jerónimo de Sousa ser o mais visível.
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O dirigente comunista João Ferreira considerou esta segunda-feira que que entregou o melhor das suas capacidades à tarefa de substituir o secretário-geral na campanha eleitoral, mas disse que o importante é ser ele próprio substituído por Jerónimo de Sousa.

Interpelado pelos jornalistas à margem de uma ação de campanha para as legislativas de 30 de janeiro com a Associação dos Deficientes das Forças Armadas (ADFA), em Lisboa, João Ferreira disse que não dispunha de mais informações sobre o estado de saúde do secretário-geral do PCP.

As únicas vezes que contactou Jerónimo de Sousa foi para desejar ao dirigente comunista uma rápida recuperação e os assuntos da campanha eleitoral não entraram nas conversas, acrescentou.

Questionado sobre se estava "confortável" enquanto 'rosto' da campanha da CDU, o membro da Comissão Política do Comité Central do PCP respondeu apenas que o PCP e a CDU não têm um único 'rosto', apesar de o de Jerónimo de Sousa ser o mais visível.

"Preferia que estivesse aqui o Jerónimo de Sousa no meu lugar, o que não significa que não entregue a esta tarefa o melhor das minhas capacidades e o melhor da minha energia. Isso continuarei a fazer até ser necessário", sustentou, acrescentando que gostará "verdadeiramente do momento da substituição pelo Jerónimo de Sousa".

O secretário-geral do PCP teve alta hoje de manhã, depois de ter sido submetido a uma cirurgia de urgência à carótida interna esquerda na quinta-feira, e deverá integrar a campanha eleitoral da CDU no final da semana.

Em comunicado, o PCP anunciou que Jerónimo de Sousa teve alta hoje de manhã, mas por indicação médica vai continuar a recuperação em casa "até ao fim de semana, após o qual retomará a atividade política".

O dirigente comunista João Ferreira defendeu esta segunda-feira que é necessário ir mais longe na valorização dos antigos combatentes das Forças Armadas e recordou que o PCP queria criar uma "pensão mínima de dignidade".

A manhã da primeira segunda-feira da campanha para as eleições legislativas foi ocupada com uma reunião na sede da Associação dos Deficientes das Forças Armadas (ADFA), em Lisboa.

No final da reunião, o membro da Comissão Política do Comité Central do PCP sustentou que a situação "dos deficientes das Forças Armadas e dos antigos combatentes não pode ser esquecida".

"Estamos a falar ainda de milhares de portugueses e das suas famílias que carregam as feridas vivas ainda da sua condição de antigos combatentes", completou, razão pela qual o PCP considerou necessário ir mais longe no Estatuto do Antigo Combatente, aprovado em julho de 2020 na Assembleia da República.

Os comunistas propunham a criação de uma "pensão mínima de dignidade", que, de um modo faseado, impedisse que os antigos combatentes recebessem uma pensão "inferior ao salário mínimo".

Esta proposta acabou por não integrar o estatuto final, assim como o "complemento vitalício de pensão" para assegurar um mínimo de 50 euros.

Mais não foi feito, continuou, porque a dissolução do parlamento o impossibilitou, na sequência da rejeição da proposta de Orçamento do Estado para 2022 (OE2022).

No final, João Ferreira transmitiu também uma mensagem da ADFA, que apelou à criação de uma "cultura de paz" e contra todos os conflitos que assolam o mundo.

Os dirigentes comunistas João Ferreira e João Oliveira substituem provisoriamente o secretário-geral do PCP na campanha para as eleições legislativas, enquanto Jerónimo de Sousa recupera de uma operação de urgência à carótida interna esquerda a que foi submetido em 13 de janeiro.

O secretário-geral comunista recebeu hoje alta hospitalar e vai continuar a recuperação em casa. A integração na caravana da CDU está prevista para o fim de semana.

Nas legislativas de 2019, a Coligação Democrática Unitária (CDU) - que integra o PCP, o PEV e a Associação Intervenção Democrática - elegeu 12 deputados (dez do PCP e dois do PEV) e obteve 6,33% dos votos, ou seja, 332.473 votos (de um total de 5.251.064 votantes), menos 113.507 do que em 2015, de acordo com o Ministério da Administração Interna (MAI).

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