Edgar Silva, do PCP Madeira, já tinha no sábado passado, em declarações ao DN, questionado a origem da autorização para que, no dia 14 de agosto, tivessem sido “lançados foguetes no arraial” na Serra de Água - zona onde o incêndio teve início. .Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional, sempre referiu como justificação que a causa tinha sido “fogo posto” e em local “inacessível num período em que o meio aéreo não podia atuar”. O alerta de incêndio foi dado às 9.48 e às 14:45 foi dada notícia da mobilização do único helicóptero existente na Madeira para o combate a incêndios. .A PJ, em comunicado, esclareceu, ontem, que o “incêndio terá tido origem no lançamento de foguetes” e que “através da recolha de depoimentos com relevo, análises de circunstâncias, informação meteorológica, informação oficial de várias entidades, bem como análise indiciária de vários elementos, permitiu identificar quer o local, quer os responsáveis pelo lançamento dos foguetes”..Paulo Cafôfo, líder do PS Madeira, considera, por isso, que “lá se foi a tese” de Albuquerque “de fogo posto (…) que havia “razões intencionais e em local a que os bombeiros não podiam chegar” e revela também que foi informado, numa visita à Serra de Água que “tudo terá começado por um foguete lançado por um popular nas imediações da igreja” - tese agora confirmada pela PJ. .Ao que o DN apurou, um suspeito já foi constituído arguido. O segundo envolvido no caso, também pelo lançamento de foguetes, está fora do país e sob investigação. Não está ainda esclarecido se a autorização para estes lançamentos de fogo de artificio, por particulares e não por empresas, foi concedida pela PSP e também pela câmara municipal da Ribeira Brava. .“Onde o Governo Regional e a Proteção Civil mais erraram foi, desde logo, na Serra de Água, no dia 14 de Agosto [dia em que o incêndio começou], quando foram lançados foguetes no arraial, e não houve um mobilização adequada dos meios de intervenção para combater o fogo que ali tinha deflagrado”, afirmou Edgar Silva ao DN..O líder do Chega Madeira no sábado, em declarações ao DN, referia a “falta de rigor e profissionalismo” na abordagem inicial ao incêndio. Miguel Castro garantiu que “o primeiro foco de incêndio” foi “detetado muito a tempo numa área de fácil acesso” e que “se a primeira intervenção tivesse sido levada a sério e tivesse tido uma intervenção mais musculada, muito provavelmente o incêndio não teria tomado as proporções que acabou por tomar”..Victor Freitas, antigo líder parlamentar do PS, não hesita na acusação: Albuquerque “mentiu”. E o objetivo seria “arranjar um culpado e assim as pessoas esquecerem que levou quatro dias para vir à Madeira” - Albuquerque estava de férias em Porto Santo. .“Como se vê haverá muito por explicar na comissão de inquérito”, afirma Paulo Cafôfo.