Ventura disse que parte dos que viriam a Lisboa poderão estar em operações de rescaldo.
Ventura disse que parte dos que viriam a Lisboa poderão estar em operações de rescaldo.Gerardo Santos / Global Imagens

Incêndios levam Chega a adiar manifestação

Ventura justificou com os fogos remarcação do protesto para dia 29. E admitiu temer efeito na mobilização.
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A manifestação convocada pelo Chega “contra a insegurança e a imigração descontrolada”, que deveria realizar-se neste sábado, em Lisboa, foi adiada para o domingo do fim de semana seguinte, 29 de setembro, numa decisão que André Ventura relacionou com os incêndios florestais dos últimos dias.

“O país não compreenderia muito bem que, no sábado, um número significativo de pessoas se juntasse para discutir outro tema, também importante”, disse o líder do Chega, justificando o adiamento da manifestação, que arrancaria da Alameda Dom Afonso Henriques às 15.30, descendo a Avenida Almirante Reis até chegar ao Martim Moniz, percorrendo algumas das artérias lisboetas com maior concentração de imigrantes.

Ventura admitiu implicitamente temer o efeito dos incêndios florestais na mobilização para a “grande manifestação” que o seu partido convocou. Além da solidariedade com as vítimas, o líder partidário disse nesta quarta-feira que parte dos interessados em participar na manifestação podem ainda estar envolvidos em operações de rescaldo e cerimónias relacionadas com os incêndios que levaram o Governo a decretar Situação de Calamidade nos concelhos afetados.

Como o DN noticiou, alguns dirigentes concelhios do Chega têm sido pressionados para garantir uma mobilização que reflita os quase 1,2 milhões de votos que o partido obteve nas Legislativas, recebendo mensagens que ameaçam com “consequências políticas” a quem não garanta que os autocarros disponibilizados pelo partido nas sedes de distrito tragam milhares de pessoas a Lisboa.

Além da vontade de demonstrar a adesão ao Chega nas ruas da capital, teme-se que uma afluência menor faça sobressair a presença de elementos de movimentos de extrema-direita, como o Grupo 1143 e o Reconquista, que iriam juntar-se à manifestação neste sábado.

Sem alterações fica a Marcha Cabral, que parte do Marquês de Pombal para o Rossio às 15.00 de sábado. Essa manifestação “contra o fascismo, a xenofobia e o neocolonialismo”, convocada antes da que foi agora adiada, conta com o apoio de políticos de esquerda, como Alexandra Leitão (PS), Mariana Mortágua (BE) e Rui Tavares (Livre).

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