Henrique Gouveia e Melo
Henrique Gouveia e MeloFoto: Paulo Spranger

Gouveia e Melo diz que lhe ofereceram chefia das Forças Armadas para desistir da presidência

Livro de Gustavo Sampaio, que chega às bancas esta quinta-feira, revela que terão - não diz quem - tentado afastá-lo da corrida a Belém acenando com a chegada ao topo da carreira militar.
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"Acha que o pretendiam colocar nesse posto para o afastar da corrida ao Palácio de Belém?", atira Gustavo Sampaio ao atual candidato a Belém. "Tenho quase a certeza absoluta disso. Por isso é que eu achei que as razões não eram as melhores e, portanto, abandonei logo essa ideia", lê-se no livro 'Henrique Gouveia e Melo - Um Retrato Biográfico', que vai ser esta quinta-feira, 9 de outubro, chegar às livrarias sob a chancela da editora Manuscrito. Henrique Gouveia e Melo afirma que lhe foi dada a oportunidade de atingir o topo da carreira militar, no final do seu mandato como chefe do Estado-Maior da Armada, com o objetivo de travar a sua candidatura a Presidente da República.

O almirante, que saltou para as luzes da ribalta depois de chefiar o processo de vacinação contra a Covid-19, garante que o objetivo era fazê-lo recuar, ainda que não revele quem terá feito as propostas.

"Quem me conhece sabe que, quando me empurram, eu me torno mais rijo [...] É uma característica da minha personalidade. Portanto, quanto mais me queriam empurrar para um determinado sítio - e por motivos errados - de uma luta intestina política e não porque quisessem verdadeiramente que eu mudasse as Forças Armadas ou as ajudasse a progredir -, isso incentivou-me ainda mais a tomar outra decisão". As passagens do livro foram, este domingo, citadas pela agência Lusa e estão a ser amplamente divulgadas pela imprensa nacional.

Gouveia e Melo salienta que quer contribuir para "a melhoria e reforço do sistema político" porque este "tem coisas apodrecidas".

No livro, o autor, o jornalista Gustavo Sampaio, cita ainda uma notícia do semanário Expresso de 27 de setembro de 2024, intitulada 'Presidente aposta na recondução do almirante à frente da Armada', em que se lia que Marcelo Rebelo de Sousa estaria disposto a "fazer tudo o que estiver ao seu alcance" para evitar que o militar fosse candidato.

Para o atual habitante do Palácio de Belém, a candidatura de Gouveia e Melo “tem, simultaneamente, potencial para ser bem sucedida como para depois, caso o seja de facto, dar representação ao mais alto nível no Estado a formas de populismo autoritário contra as quais o Presidente da República tem produzido sucessivos alertas”, notava a mesma peça.

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