Festa do Chão da Lagoa volta a ser marcada pela ausência do líder do PSD
Decorre este domingo a habitual festa do PSD do Chão da Lagoa, na Madeira, mas a principal figura do partido, Luís Montenegro, não estará presente, por motivos de saúde. Não é a primeira vez que o líder social-democrata falha um acontecimento basilar da estrutura regional do partido e não é a primeira vez que um presidente do PSD não comparece neste encontro criado há 49 anos pelo antigo chefe do Governo Regional Alberto João Jardim.
A visita de Luís Montenegro à Madeira seria sempre relâmpago, dada a agenda do primeiro-ministro, com uma viagem oficial a Angola marcada para esta segunda-feira.
No entanto, depois de vários anúncios de que Montenegro iria ao Chão da Lagoa, ainda que fosse só por um dia, o também primeiro-ministro cancelou a agenda, juntando-se assim a uma lista de ausências históricas entre os líderes nacionais do PSD, fosse, num passado distante, por crispação com Alberto João Jardim ou por motivos de saúde.
Será o secretário-geral do PSD, Hugo Soares, a assegurar a representação nacional do partido, um dia depois de ser aprovado o Orçamento Regional do arquipélago.
“A ideia era ver se conseguimos no sábado fazer, se for possível, já um encontro no sentido de elaborarmos uma agenda de conversações entre os dois Governos [da República e Regional] e, depois, ele estar presente no dia seguinte no Chão da Lagoa”, dissera no final da semana anterior o presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque. Depois da confirmação da doença de Montenegro, Albuquerque lamentou a ausência do líder nacional do seu partido e deixou-lhe votos de melhoras, relativizando.
A Festa do Chão da Lagoa, no Funchal, teve a 1.ª edição em 18 de maio de 1975, na altura pela mão de Alberto João Jardim e com presenças marcantes de líderes sociais-democratas, como Sá Carneiro, Marcelo Rebelo de Sousa, Durão Barroso, Marques Mendes ou Rui Rio.
A primeira não-comparência histórica, por doença, foi a da antiga presidente do PSD Manuela Ferreira Leite, que em 2009, por estar com gripe, não pôde ir.
Um ano depois, foi Pedro Passos Coelho, com divergências de fundo com Alberto João Jardim, que não foi. Porém, ainda em 2010, a convite de Miguel Albuquerque, que na altura estava à frente da Câmara do Funchal, Passos Coelho participou na sessão solene do dia do município. Essa foi a primeira deslocação oficial ao arquipélago do então líder social-democrata.
Os hiatos de Montenegro
Nas últimas Eleições Regionais, em maio deste ano, marcadas pela crise política, com Albuquerque , que é arguido num processo por suspeitas de corrupção, o líder do PSD nacional foi mais uma ausência que o atual líder regional madeirense relativizou.
“A conjuntura é outra”, justificou na altura Miguel Albuquerque, referindo-se à falta de Luís Montenegro na campanha eleitoral. “Agora é primeiro-ministro e tem outras responsabilidades.”
Antes deste episódio, em abril, quando os sociais-democratas participavam no Congresso Regional do partido, no qual Miguel Albuquerque foi confirmado como líder da estrutura, Montenegro também não compareceu.
“Tem a visita de Estado já marcada a Cabo Verde e não poderá estar aqui no congresso”, explicou Albuquerque na altura. Tal como agora, também foi Hugo Soares que assumiu a representação nacional do PSD no encontro regional.