"É altura de pensarmos o futuro". Marcelo está agora preocupado com os efeitos sociais do confinamento
"É altura de pensarmos o futuro", afirmou esta quarta-feira Marcelo Rebelo de Sousa, no seu discurso ao país, dizendo que os portugueses estiveram à altura dos acontecimentos "como povo" e "como Nação" relativamente à pandemia da covid-19.
Dizendo que "desejaria que fosse a última renovação do estado de emergência", o Presidente da República dedicou grande parte do seu discurso, de cerca de oito minutos, a expressar a sua preocupação com a situação social e económica do país após todo o período de confinamento.
Marcelo chamou "a atenção para as solidões dramáticas dos mais idosos" e "frustrações irreversíveis" provocadas pela obrigatoriedade de isolamento. E disse mesmo: "a economia demorará a recuperar, a sociedade demorará muito mais".
"O caminho que se segue vai ser muito trabalhoso", alertou. Estamos no "começo da ponta final do período mais difícil da vida coletiva desde a gripe espanhola, com mais mortes do que a Grande Guerra ou as lutas africanas de há sessenta anos", fez questão de avisar.
Para conseguir o processo de desconfinamento, o Presidente falou na possibilidade de "confinamentos locais, se necessários", a estabelecer para que se garanta "um verão e um outono diferentes".
No início do discurso, e após ter lembrado que Portugal "foi o país mais mortal do mundo", fez o contraponto: ""Cada vez mais os vulneráveis dos mais vulneráveis estão já protegidos".