Cristina Pedra sucede ao detido Pedro Calado na presidência da CM Funchal
A vice-presidente da Câmara do Funchal (PSD/CDS-PP), Cristina Pedra, vai assumir a liderança do executivo municipal, na sequência da renúncia do presidente, Pedro Calado, detido no âmbito de uma investigação a suspeitas de corrupção na Madeira.
Numa declaração aos jornalistas no salão nobre dos Paços do Concelho, Cristina Pedra indicou ainda que Pedro Calado (PSD) apresentou esta segunda-feira a renúncia ao cargo de presidente da Câmara do Funchal, que tinha sido anunciada pelo seu advogado no sábado.
Após a entrega da renúncia, acrescentou Cristina Pedra, houve uma reunião da vereação para a reestruturação do executivo municipal, passando Bruno Pereira a assumir o cargo de vice-presidente da maior autarquia da Madeira.
"Não existe nenhuma suspeita sobre a Câmara Municipal do Funchal nem sobre nenhum dos seus vereadores. Os serviços prestados aos cidadãos manter-se-ão ativos. Os funchalenses poderão estar descansados. Não viramos as costas aos funchalenses", afirmou a nova edil, que manifestou a solidariedade de todo o executivo para com Pedro Calado, confiando que a justiça vai "esclarecer todos os factos".
O executivo municipal é composto por seis vereadores da coligação PSD/CDS-PP e cinco da coligação Confiança, liderada pelo PS, sem pelouros atribuídos.
Na quarta-feira, na sequência de cerca de 130 buscas domiciliárias e não domiciliárias efetuadas pela PJ sobretudo na Madeira, mas também nos Açores e em várias zonas do continente, foram detidos o presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado (PSD), o líder do grupo de construção AFA, Avelino Farinha, e o CEO e principal acionista do grupo ligado à construção civil Socicorreia, Custódio Correia, que é sócio de Avelino Farinha em várias empresas, segundo disse à Lusa fonte da investigação.
As detenções de dois empresários e do autarca do Funchal surgiram na sequência de uma operação que também atingiu o presidente do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, que foi constituído arguido e anunciou na sexta-feira que vai abandonar o cargo, apesar de inicialmente ter afirmado que não se demitia.
Em causa estão suspeitas de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência, segundo a PJ.