Chega no Porto insinua que "há um negócio dos pinos" de Rui Moreira
O candidato do Chega à presidência da Câmara do Porto, António Fonseca, criticou hoje a "política dos pinos" levada a cabo pelo executivo de Rui Moreira, insinuando que "há um negócio à volta dos pinos" de sinalização rodoviária.
"Eu acho que há um negócio à volta dos pinos, que mesmo com a política toda, com as críticas da população, as críticas dos comerciantes e até de outros candidatos e da oposição a falar dos pinos, o senhor presidente da câmara [Rui Moreira], continua a fazer o negócio dos pinos", declarou António Fonseca, candidato do Chega, numa ação da campanha eleitoral das autárquicas, que decorreu esta terça-feira na zona da Areosa, junto à Rua Costa Cabral.
António Fonseca defendeu que os pinos, colocados em várias artérias da cidade, têm de ser "desmontados", "retirados" e têm de ser pedidos "estudos universitários" para que aquelas ruas da freguesia de Paranhos e Campanhã tenham "maior fluidez" e "tragam mais qualidade quer aos peões quer aos automobilistas".
Além de criticar e questionar a continuidade da "política dos pinos" na cidade do Porto, António Fonseca explica que decidiu esta terça-feira fazer campanha eleitoral junto à rotunda da Areosa, porque é uma das zonas da cidade largada ao abandono.
"Esta parte também pertence ao Porto. É uma zona abandonada, muitas vezes rotulada como uma zona perigosa e não é perigosa. Ela só é perigosa, porque o Porto a abandonou", acusa o candidato, criticando o estado degradado dos caixotes do lixo e da limpeza das ruas.
O candidato à presidência da Câmara do Porto assume que é um dever deslocar-se às zonas do Porto rotuladas como "zonas perigosas", onde "não há higiene" e que tem "população problemática"
"Isso só existe, porque há um abandono total. É bonito ir a zonas confortáveis, onde todos dizem bem de nós. Eu não me importo de ir a zonas que nos recebam mal. Daí eu vir cá para mostrar como é que está a entrada da cidade de quem vem do Norte, nomeadamente a começar pelo equipamento da recolha do lixo, pela limpeza das ruas".
António Fonseca lembra que não é só quem chega do lado sul que tem direito ao "cartão de visita" da cidade do Porto.
"Não só quem vem do sul é que tem de ter a imagem do cartão de visita. Isto também é cartão de visita (...). Quem vem da Maia, de Gondomar e de Valongo passa por aqui. Nós temos de tratar bem de toda esta entrada, que já foi uma entrada de excelência. Antes da construção do viaduto [por cima da rotunda da Areosa], esta entrada tinha muita vida. Agora, com o viaduto, continua com trânsito caótico e continuamos a ter o problema da sinalética", lamenta.
António Fonseca compara a zona da rotunda da Areosa a uma "fronteira de alguns países de África".
"Eu não quero comparar esta fronteira com outras fronteiras de alguns países de África, mas isto não parece o Porto, quer queiramos quer não. Basta ver a [falta] de limpeza que está aqui", concluiu.
São candidatos à presidência da Câmara do Porto, nas eleições de domingo, Rui Moreira (movimento independente "Rui Moreira: Aqui há Porto" - apoiado por IL, CDS, Nós, Cidadãos! e MAIS), Tiago Barbosa Ribeiro (PS), Vladimiro Feliz (PSD), Ilda Figueiredo (CDU), Sérgio Aires (BE), Bebiana Cunha (PAN), António Fonseca (Chega), Diogo Araújo Dantas (PPM), André Eira (Volt Portugal), Bruno Rebelo (Ergue-te) e Diamantino Raposinho (Livre).