CDS-PP quer "complemento social de pensão" para os idosos
O presidente do CDS-PP defendeu esta quinta-feira um "complemento social de pensão" para ajudar os idosos a aquecerem as suas casas no inverno, apontando que "um em cada quatro" não tem possibilidade económica para o fazer.
Nesta reta final da campanha eleitoral para as eleições legislativas de domingo, a caravana do CDS-PP arrancou o dia na Feira de Barcelos, distrito de Braga, com o líder do partido a apresentar a medida aqueles com quem se cruzava.
E explicava, enquanto entregava um panfleto, que o partido quer um "complemento social de pensão para os idosos poderem aquecer as suas casas no inverno".
Aos jornalistas, Francisco Rodrigues dos Santos lamentou que "muitos idosos morrem ao frio porque não têm dinheiro para aquecer as suas casas".
E apontou que "um em cada quatro não as aquece porque não tem recursos e 25% das mortes no inverno são causadas pelo frio que se sente nas casas, e a maior parte dessas mortes são idosos".
Reclamando para o CDS-PP o título de "partido dos avós", Francisco Rodrigues dos Santos disse que o partido "quer cuidar de quem cuidou de nós e tem soluções concretas", apontando também "o vale farmácia".
Neste que é o penúltimo dia de campanha, o presidente do CDS fez um balanço destes dias em que percorreu o país e elegeu "o carinho dos portugueses" como aquilo que correu melhor, revelando ter ficado "emocionado muitas vezes" com "a força e o apoio" que lhe transmitiram.
Com base nessa experiência, o líder centrista disse que o CDS está "muito vivo" e mostrou-se convicto de "um bom resultado no dia 30 de janeiro, uma vez mais surpreendendo todas as sondagens".
No polo oposto, apontou o despovoamento de interior do país como o ponto mais negativo.
Já pessoalmente, "não há nada" que mudasse na estratégia que adotou na campanha, declarando-se "orgulhoso do trabalho" que tem vindo a fazer.
"É aconchegante e muito gratificante sentir que os portugueses estimam o trabalho do CDS e valorizam o esforço que eu tenho feito em nome do meu partido e que me dão o carinho e a confiança para poder sonhar que o CDS estará no próximo governo de Portugal", defendeu.
Ao fim de vários dias de campanha, o líder centrista confidenciou que adora "estar no meio das pessoas", e "conversar com elas, ouvir os seus problemas, apresentar soluções", salientando que "isto é o melhor da política".
"Por mim, a minha vida político-partidária era exatamente igual a estes 15 dias, mas durante todo o ano, é aqui que eu me sinto bem", frisou.
Considerando que, ao longo dos dois anos da sua liderança "os portugueses tiveram poucas oportunidades" para o conhecer, lamentou a "caricatura que os opositores internos pintavam" de si.
"Com o mediatismo que acompanha uma campanha eleitoral, com os debates, com a campanha na rua eu acho que os portugueses puderam conhecer o verdadeiro Francisco Rodrigues dos Santos, que é uma pessoa humilde, que tem raízes pobres, que subiu na vida a pulso, que é um português que quer servir os seus concidadãos", apontou.
Questionado sobre a mobilização do partido para estas eleições, o líder centrista disse que teve "toda a mobilização que gostaria da parte do CDS" e fez "tudo o que estava" ao seu alcance para a conseguir, falando numa "união intergeracional".
Na Feira de Barcelos, CDS teve um novo significado, "Costa deve sair", e o líder virou "Dartagnan" na reta final da campanha, a tentar convencer os eleitores a votar no partido que é um "porto seguro".
A caravana do CDS-PP arrancou o penúltimo dia de campanha para as eleições legislativas de domingo em Barcelos, distrito de Braga, e o líder regressou à feira, acompanhado do cabeça de lista por Braga, José Paulo Areia de Carvalho.
Pelos corredores ao ar livre, a comitiva, anunciada pelas bandeiras, o megafone, bombos e concertinas, ia passado pelos vendedores de frutas, legumes, animais, roupa, calçado ou malas.
A quem encontrava, Francisco Rodrigues dos Santos distribuiu canetas, panfletos e abraços e ia pedindo força e votos para domingo.
"Eu sou gosto deste partido porque você é lindo", disse-lhe Julieta. A resposta do líder centrista foi pronta: "sou o Dartagnan".
A uma senhora que referiu o primeiro-ministro e secretário-geral do PS, António Costa, o centrista disse que "esse não interessa" e fez um trocadilho com a sigla do partido : "não se esqueça disto, CDS, Costa deve sair, vamos embora virar à direita".
Mais à frente, Francisco Rodrigues dos Santos ouviu também um comentário sobre a vida interna do CDS, por parte de uma senhora que disse ter "pena que o partido não o apoie" e aconselhou Nuno Melo, presidente da distrital e eurodeputado que anunciou que iria concorrer à liderança do partido, a deixar-se "estar na União Europeia".
"São precisos todos para ajudar o CDS", respondeu Rodrigues dos Santos.
Aos jornalistas, o líder declarou que "o CDS tem a mesma designação de sempre, o partido da direita certa, Centro Democrático Social, mas agora a sigla CDS pode ter outra interpretação".
E considerou que "todos os portugueses que achem que Costa deve sair têm um voto seguro e útil nestas eleições, é votar no CDS", garantindo que "todos os votos no CDS serão votos contra António Costa, o PS e a extrema-esquerda e também contra o bloco central de interesses".
Na feira, a comitiva centrista cruzou-se com o presidente da Câmara de Barcelos, Mário Constantino, a fazer campanha pelo PSD.
Aos microfones da comunicação social, o candidato que liderou a coligação PSD/CDS nas eleições autárquicas afirmou que, apesar de os dois partidos não concorrem juntos às legislativas, será possível um acordo "depois, se tudo correr bem, e se o CDS tiver o resultado que todos" querem.
"Que o [Rui] Rio ganhe, que é o que nós queremos e acho que vai acontecer, e que o CDS tenha um bom resultado", acrescentou o autarca, desejando "boa sorte" ao presidente centrista, e Francisco Rodrigues dos Santos respondeu otimista: "Vai ter, vai ter, certamente".
Em declarações aos jornalistas pouco depois, o líder centrista apontou que um acordo com o PSD para a governação do país "só dará com um CDS forte".
"O apelo que eu faço é que o CDS continue a ser o porto seguro de todos os conservadores e democratas-cristãos no nosso país, para afirmarmos a direita certa para Portugal, capaz de derrotar o PS", salientou, defendendo que "nenhum voto no CDS será desperdiçado, porque todos eles somarão a uma nova maioria de direita no parlamento e garantirão uma governação às direitas como o país pede nesta altura".
Francisco Rodrigues dos Santos voltou a apelar a uma "concentração de votos à direita do PSD no CDS" e pediu a "todos os conservadores e democratas-cristãos" que "olhem para o CDS como a grande casa da direta certa, o porto seguro".
Reiterando as crítica ao Chega, acusou o partido liderado por André Ventura de ser "a caricatura da direita que interessa à esquerda e que impede a nova maioria de direita de governar", sustentando que, "se o Chega tiver muitos votos, António Costa estará mais perto de continuar como primeiro-ministro".