João Cotrim Figueiredo, eurodeputado eleito pela Iniciativa Liberal
João Cotrim Figueiredo, eurodeputado eleito pela Iniciativa LiberalMANUEL FERNANDO ARAÚJO/LUSA

Cargos de Topo. Liberais admitem voto contra Von der Leyen

Cotrim de Figueiredo acusa o Partido Popular Europeu de estar "a negociar com o ECR", um grupo "de extrema direita aqui no Parlamento".
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O vice-presidente do grupo Renovar a Europa, João Cotrim de Figueiredo, admitiu esta quarta-feira, em Bruxelas, que o seu grupo político pode vir a votar contra a eleição de Ursula von der Leyen como presidente da Comissão Europeia.

Assumindo que o seu voto, em particular, "neste momento é não", João Cotrim de Figueiredo acusa o Partido Popular Europeu, de Ursula von der Leyen, de estar a negociar com o ECR da extrema direita, ultrapassando aquilo que é entendido como uma linha vermelha.

"O Partido Popular Europeu não está a cumprir os compromissos que tinha com o grupo Renovar a Europa e está a ter conversações com o ECR, um grupo de extrema direita aqui no Parlamento [Europeu] e [Von der Leyen] não parece suficientemente empenhada em manter a solidez da coligação que na última legislatura conseguiu conduzir os destinos da União Europeia".

"Se esta postura não se alterar até à altura da votação da semana que vem, não está garantido o apoio do grupo que levará a Europa à recandidatura de Von der Leyen e ao conjunto do pacote dos cargos que estão em discussão com ele", admitiu, vincando que, no seu caso particular, tem a intenção de votar contra.

"O meu voto, neste momento, é não", assumiu, justificando com "o que ouvi relativamente ao ECR e às conversas que eu conheço e aos cargos que estão a ser oferecidos a esse grupo político e também aquilo que não ouvi depois, apesar de ter perguntado repetidamente hoje, inclusivamente por mim, qual era a posição relativamente a isto e como é que nos iam convencer de que iam manter a solidez daquilo que se chamou a plataforma maioritária anterior".

O eurodeputado diz que pediu garantias a Von der Leyen de que respeitará a plataforma composta pelo PPE, Socialistas e Liberais. "Não obtive uma resposta suficientemente convincente", lamentou, em declarações aos jornalistas, no final de “uma audição de três horas”, com Ursula von der Leyen.

Além das negociações dentro da plataforma que reúne os três grupos políticos do chamado centro democrático, João Cotrim de Figueiredo considera que falta ao discurso de Von der Leyen um compromisso com a competitividade europeia.

"Embora a presidente da Comissão já tenha passado algum tempo a falar da prosperidade e dos problemas da produtividade e competitividade europeias, não fiquei convencido de que o assunto fosse suficientemente importante para a próxima Comissão", afirmou ainda.

A votação para o cargo de presidente da Comissão Europeia está marcada para a próxima quinta-feira, na sessão plenária de Estrasburgo.

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