Aos 27 anos, o eurodeputado Bruno Gonçalves candidata-se à liderança da Juventude Socialista (JS). Do outro lado, já se sabe, terá a oposição de Sofia Pereira, atual secretária nacional da ‘jota’. É a primeira vez desde 2006 que a corrida à liderança dos jovens do PS será disputada. Nesse ano, Pedro Nuno Santos, atual secretário-geral do PS, foi eleito para um segundo mandato, vencendo João Tiago Henriques. Desde então nunca mais houve uma eleição com mais de um candidato..O mais jovem dos 21 eurodeputados portugueses oficializou este sábado a sua candidatura, numa sessão em Matosinhos. Sofia Pereira fá-lo-á a 29 de setembro. Em declarações ao DN, Bruno Gonçalves assume que “a JS precisa mudar”, ser “mais aberta à sociedade”, e isso justifica a sua candidatura. .Considerando que a ‘jota’ do PS “deve voltar a centrar-se prioritariamente nas causas estruturantes, desde logo na luta pela emancipação dos mais jovens”, o candidato estabelece prioridades: sofisticação da economia, aposta na inovação e ainda uma “reflexão nacional para a habitação pública que permita um investimento anual em habitação pública de 2% do PIB ao longo dos próximos 20 anos”. Propostas estas que estão sob “as duas grandes bandeiras” da candidatura (“habitação e emprego de qualidade”). “Não basta afirmar que queremos ser diferentes, é preciso materializá-lo”, refere..E apoios? “Tenho o apoio dos militantes da Juventude Socialista por todo o país. Esta é uma eleição da Juventude Socialista, feita e participada por militantes da Juventude Socialista.” Mas o atual secretário-geral, Miguel Costa Matos, apoiará a outra candidatura, numa ótica de sucessão. Sobre isso “não há nada a acrescentar. Estou de olhos postos no futuro, numa estrutura que mude a bem da pluralidade democrática e da justa participação, e nunca no passado”, garante Bruno Gonçalves..A eleição ainda não está marcada, mas acontecerá no Congresso da JS, que se realiza em dezembro. O facto de ser a primeira disputada em 18 anos e tal acontecer numa altura em que o PS está na oposição, é “coincidência”. Afinal, “nesse período o PS já foi governo e oposição”. E a existência de outra candidatura, diz Bruno Gonçalves, não é uma contrariedade. “Os partidos políticos, e a JS em concreto, devem procurar valorizar a diferença e utilizá-la para ser mais forte e representativa, nunca penalizá-la a fim de objetivos pessoais de curto ou longo prazo. A renovação faz-se com convivência com a diferença. Também por isso é muito positivo para a JS que existam pelo menos duas candidaturas”, remata.